Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Antonio Roberto Mauad – Turquinho Tecnólogo em Marketing e MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades
14/11/2018

PSB e a grande chance desprezada



Márcio França

Findado os turnos eleitorais majoritários: presidente e governadores, se pode despretensiosamente tecer algumas analises do quadro deixado pelas urnas.

Os PSB paulista e apoiardes foram vitimados pela presunção de seu candidato que na condição de vice-governador tinha todas as condições políticas e administrativas de fazer o PSB forte no estado, não fez. Infelizmente ele presumiu que o desgastado Alckmin e seu acordo tucano de 2016 eram suficientes a ungi-lo aos Bandeirantes, e desconsiderando uma das variáveis eleitorais fundamental: ser conhecido e reconhecido por grande parte da população paulista, e não somente no litoral e em certas áreas do estado, resultando em derrota. Relatos deste desconhecimento ouviam-se, como em uma inauguração de escola na periferia paulistana, onde no palanque lideranças da comunidade perguntavam: quem era a pessoa ali anunciada como governador?

Outro episódio que triste corrobora com a realidade, e quando uso o substantivo presunção não faço por razões outras, mas para trazer à realidade aos fatos: 2015  inauguração do Parque Tecnológico de Botucatu, e no aeroporto as instalações da AVIONICS para montagem do Veiculo Aéreo Não Tripulado-VANT, Alckmin de luto presente o vice-governador, e os que lá estiveram podem recordar a postura de extrema altivez e indiferença, totalmente incompatível a quem almeja o governo estadual, e sendo pouco conhecido. Eu ingenuamente apresentei ao ilustre vice-governante um docente antigo da pediatria acompanhado de sua esposa, um casa extremamente simpático, e Marcio França tratou-os protocolarmente, o que me causo saia justa fazendo-me esmorecer a ter qualquer outra atitude proativa.

Em conversas com amigos e familiares fora de Botucatu, quando a baila vinha as eleições, eu perguntava do nome Marcio França, como aos amigos de Marília onde o PSB elegeu prefeitos, vereadores e deputado, este me disse: “que nos três anos ele nunca foi á Marília, sendo um ilustre desconhecido”. Assim em outras cidades e regiões do estado os relatos assemelhavam-se. E quando França se deu conta disto, ou seja, com a alcova candidatura Doria, ai era tarde, pois, a versão Marcio França descontraído simpático, não foram suficientemente eficazes, o que para o estado/SP foi desapontador, pois não haverá alternância ideológica na gestão.

O PSB em sua caminhada desde seu ressurgimento em 1985, eu acredito não ter tido uma chance tão concreta de consegui chegar ao governo estadual como foi com França, mas este não quis capilaridade de seu PSB, pois se tivesse desde a posse em 2015, sistematicamente vindo aos diretórios municipais, ainda que França pouco quisesse oferecer, mas criaria relacionamento, tornar-se-ia bem conhecido nas micros-regiões montando e abrindo diretórios, indo ás rádios e Tvs, participando de festas dos municípios, enfim seguindo a estratégia de Orestes Quércia vice de Franco Montoro 1983/1986, onde Quércia, e sem ir a mérito à sua gestão, mas analisando sua estratégia eleitoral, implementou na vice governança um ritmo de visitas e contatos diários com prefeitos, vereadores, lideranças políticas e outros ficando mais conhecido no estado.

 Quércia provavelmente nunca raciocinou, que bastariam 6 meses na cadeira de governador/SP para ser eleito.

Ficar fora dos Bandeirantes por 3,74% frustra, e novamente a presunção, quando no segundo turno, Marcio França anuncia não apoiar ou votar em Bolsonaro, como se seu PSB estivesse forte, presente e coeso nos municípios para defender tal postura incompatível com o momento tão polarizado, e ao perceber novo equivoco, infelizmente nenhuma de suas falas demonstrando neutralidade quanto a campanha presidência teve eficácia no desapontamento dos eleitores, inclusive de quem nele no primeiro turno votou, fala que ouvi de vários colegas.     

Cabe relembrar a sabia fala do saudoso Jamil Cury, como qual tive algumas diferenças ideológicas: “na política temos que ter time e lado”, ensinamento que torço o Marcio França tenha assimilado com a derrota na eleição cujas chances foram muito concretas.

 

                       “Um homem presunçoso está simplesmente satisfeito com o efeito que produz nos outros. [...]   Max Beerbohm - parodista e caricaturista inglês.

 

Antonio Roberto Mauad – Turquinho. MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, colaborador deste jornal.










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