Modelo de gestão também menciona a forma como a UNESP, USP UNICAMP, recebem recursos para se manterem, como majoritariamente os 9,57% do ICMS paulista, e cabendo a UNESP 2,3447%, para manter 34 unidades que conta com: 3.389 docentes e 9.375 servidores ativos, 51.995 alunos em 136 cursos de graduação e 258 cursos de pós-graduação. Números robustos e sólidos de uma instituição que volta-se ao cidadão, e sobretudo, aos de baixa renda, pois a realidade da UNESP muito destoa de campus como Botucatu, Jaboticabal, Araçatuba, São José dos Campos, e alguns cursos dos campus de Araraquara, Franca e Bauru, que oferecem os chamados cursos clássicos: Medicina, Engenharia, Direito entre outros.
Muitos dos cursos da UNESP são da área de humanas, e neles há uma enorme gama de alunos com poucos recursos e outros de baixa condição financeira, o que demanda recursos da universidade no sentido dela fazer mais do que papel de formação acadêmica gratuita com qualidade, ajudando o alunado com restaurantes universitários subsidiados, moradias universitárias, bolsas de ensino em varias modalidades, consumindo parte de seus recursos, mas a UNESP cumpre seu papel social, e estando mais perto dos paulistas, e presente em todas as regiões do estado.
A universidade, também recebe verbas extraorçamentárias para pesquisas em áreas diversas do conhecimento, porém, estas somente são liberadas via projetos de pesquisas, e que basicamente são oriundas dos institutos de fomento a pesquisa, e sendo por lei estas verbas somente naquela pesquisa aplicadas.
No decorrer de seus 43 anos, a UNESP, seus reitores e equipes possivelmente desconsideraram alguns princípios elementares da gestão contábil como o Conservadorismo Contábil ou Prudência, e hoje a UNESP se encontra atada a uma crise estrutural financeira, que poderia ter sido evitada sim!
Inegável do ponto de vista técnico, a UNESP deve reformular sua estrutura de gestão, passar a cobrar ainda mais eficiência por parte de seus servidores: docentes e técnicos administrativos no dia a dia, como por exemplo, deixar a vaidade de lado ao gerir as faculdades ou mesmo a reitoria, trazer os docentes mais antigos à sala de aula, cobrar dos técnicos administrativos gerem economia desde as coisas mais elementares como: apagar a luz ao sair da sala ou em ambientes sem pessoas nele, fechando uma torneira pingando, otimizar compras em diversas situações, o uso de veículos quando possível priorizando as saídas quando necessárias entre outras coisas, que em um só dia, semana ou um mês não aparentam relevância, mas imaginemos isto em um ano o quanto não se economizaria nas 34 unidades da UNESP? Parece que a UNESP não muito atenta-se as pequenas atitudes de redução do custos, mas que trazem ao longo do tempo ganhos em escala.
Contudo, permeia sobremaneira em boa parte dos servidores técnicos administrativos um espírito de desanimo dificultando ações proativas, sentimento este fruto ruim do corporativismo, quem sabe se lá, não teve sua origem entre o corpo docente há uns 33 anos atrás, alguns destes agiam de forma nada republicana, e nada também acontecia. Um erro não justifica o outro, mas neste caso aponta possivelmente a raiz. Outra questão, as indicações de pessoas que não têm a devido conhecimento ao cargo, aí nota-se que as pessoas sutilmente nos cargos passam a agir em prol daquele que o ascendeu, e nem sempre priorizando a UNESP e seus interesses, pois o indicado agora tem alto “QI: Quem Indicou.“ Muitos na universidade agem ainda como em décadas atrás, clamam diretos, mas obrigações? Complicado.
Outro problema, este técnico é que o governo de São Paulo faz uma gama de deduções injustas da base de cálculo da quota-parte do ICMS, e repassa às universidades, menos que o valor referente aos 9,57% do ICMS-SP, desconta o governo: multas, juros e dívida ativa, do programa “Nota Fiscal Paulista” e recursos da área habitacional, aí a conta não fecha, e ninguém do governo fala isto. Essas manobras contábeis reduzem valores expressivos dos recursos das universidades.
Um gestor eficiente e eficaz deve promover o equilíbrio nos pilares essenciais da estrutura administrativa [...] - Adilson Ferreira dos Santos
Antonio Roberto Mauad – Turquinho. MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, colaborador deste jornal.