Botucatu, sexta-feira, 04 de Julho de 2025

Colunista Bahige Fadel Professor
21/06/2019

EU SÓ QUERIA ENTENDER



                Um dia desses, vi uma pesquisa popular, dessas que se fazem sem o uso de nenhuma norma, apenas para passar o tempo, como se o tempo só servisse para coisas inúteis. O pior é que, após o resultado conhecido, as pessoas começam a achar que é a mais absoluta verdade, e não o ponto de vista de momento de um pessoal que se propôs a participar.

                A pergunta da pesquisa era: Você confia no Congresso Nacional? E o resultado pode ser imaginado. A avassaladora maioria votou NÃO. Não apenas votou não, como também lascou o pau em todos os participantes do Congresso, como se fosse um bando que lá foi colocado na marra, sem a vontade popular. Como se todos tivessem imposto a sua eleição, contra a vontade popular. E a gente sabe que não foi assim. Nós votamos. Alguns daqueles em quem votamos foram eleitos, outros não foram eleitos. Esse é o sentido da democracia. São eleitos aqueles que obtiveram mais votos, não aqueles em quem eu votei. Meu voto vale tanto quanto o voto dos outros.

                O que eu quero dizer é que devemos mudar a nossa postura. Não podemos, simplesmente, votar e, depois, como se não tivéssemos nada a ver com a eleição, sair dando tiros para todos os lados, como se não houvesse nada certo e, portanto, qualquer um em que acertarmos terá sido um bom trabalho. Não é assim. A nossa responsabilidade vai muito além do dia da eleição. E a nossa responsabilidade recai não apenas sobre aqueles em quem votamos, mas sobre todos que estão ali, independente do partido a que pertencem. Nós devemos fiscalizar o trabalho de todos, exigir que os planos apresentados na campanha sejam executados, que as necessidades do Brasil sejam respeitadas.

                O que tenho notado é que há um grupo que, independe do que acontece no Congresso, é , e outro que é a favor. O grupo que, antes de julgar, analisa o que está acontecendo, infelizmente, não é a maioria. O grupo do contra é aquele que está inconformado com a perda do poder e quer fazer o diabo para que o atual governo não dê certo. O grupo a favor é aquele que, independente do que o governo faça, é contra os contras, pois não quer que os contras voltem ao poder. E o grupo que está a favor do Brasil parece ter vergonha de ser a favor do Brasil. Só está esperando que a onda bata no barco, para ver em que sentido ele será levado.

                Temos que mudar a nossa postura. Não podemos confiar em remédios muito doces. Eles podem não ser muito eficientes. Há remédios amargos que nos causam um mal-estar momentâneo, mas que em médio e longo prazo trazem excelentes resultados. É preciso entender isso. Se procurarmos apenas os remédios doces, poderemos continuar doentes. E não é isso que desejamos para o nosso país.

                O Brasil está com uma doença grave. É preciso aceitar isso e procurar os melhores meios de se obter a cura.

                                                                                              BAHIGE FADEL










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