Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Nelson Ferreira Junior Professor de Língua Portuguesa/Redação
02/11/2018

Sarah



O anúncio na rede social dizia “Precisa-se de mulher com boa aparência, formada em administração, que tenha entre 23 e 30 anos, seja carismática, disponibilidade para viajar. Interessadas devem enviar currículo por e-mail. Informar o endereço de rede social (Facebook, Instagram etc.) ”.

Era a oportunidade que Sarah precisava. A bela jovem terminara a faculdade há poucos meses e, após muita procura, as portas pareciam se abrir para a guerreira garota que fora abandonada pelo pai aos treze anos de idade.

A valorização da aparência existente no mercado de trabalho deve ter sido um dos fatores que fizeram Sarah ser selecionada. As fotos do Instagram eram bem discretas, mas mostravam a beleza quase incomparável da jovem.

Após a entrevista, Sarah já estava contratada. O encantamento de Jair, o responsável pelo recrutamento, era tamanho que o fascínio lhe fez até mesmo jogar umas “cantadas” na garota.

Os documentos foram entregues ao departamento de RH. Sarah precisaria apenas aguardar a aprovação para ingressar no mercado de trabalho.

(...)

Sentindo seu coração comprimir-se, Sarah recebeu, por e-mail, a notícia de que, infelizmente, houve mudanças no departamento da empresa, e seus serviços não seriam mais necessários. A batalha da forte e jovem mulher continuaria.

Sobre a mesa de Jair, ao lado da cópia do diploma e do RG de Sarah, estava a certidão de nascimento da bela jovem transexual, ainda com seu nome de batismo, Luís Eduardo Souza Magalhães.










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