Dependências...

Conversando outrora com Dom Irineu Danellon, bispo emérito (aposentado) de Lins-SP (fundador de um trabalho para libertar os dependentes ao qual chamamos de pastoral da sobriedade) ouvi de seus lábios que não existe dependente somente das drogas, mas dependente de tudo e qualquer coisa que nos leve ao vício...

Existe o dependente químico que vai às ultimas consequências para poder satisfazer seu ego... Afunda-se nas drogas ilícitas (maconha, crack...) e se destrói destruindo aos que estão ao seu redor.

Existe o dependente das drogas chamadas lícitas que destroem igual ou mais ainda; falo aqui das bebidas, fumo...

Existe a dependência das redes sociais que cada vez mais nos levam ao isolamento e a nos fechar em nosso “mundinho” não prestando mais atenção nem às coisas que ocorrem ao nosso lado; por vezes “na frente do nariz”.

Vivemos num mundo e dependência virtual quando nos afundamos nesta loucura e devaneio perdemos o mundo real.

Existe a dependência do sexo que leva o mundo moderno ao ideal do prazer e não do ser... Perdendo assim a essência da maravilhosa criação do “Primeiro Motor” e vamos nos gerenciando por incrementar o prazer e deixar de lado o valor do verdadeiro amor e não do amor estereotipado, momentâneo e confuso.

Existe a dependência da religiosidade e não da religião... Onde se perde o valor da mesma e se busca prosperidade, respostas imediatas se esquecendo de religar, reler as coisas divinas em nossa vida.

Perdemos nossa liberdade com tanta dependência, pois não conseguimos permitir que as coisas aconteçam como devem acontecer e corremos atrás de tantas loucuras fora de nosso âmbito de vida em busca de algo que pode ser inatingível... Deixamos assim de viver o que deve ser vivido e queremos viver o que não se consegue viver.

Com a dependência das coisas externas nos esquecemos de nossa essência e permitimos que tudo ao nosso redor deixe de ter algo de nós e acabamos por ter de tudo do mundo externo ao invés de alcançar o interior de nossas opções, assim sendo, deixamos de ser e passamos a ter... Nosso ter sobrepõe-se ao nosso ser...

Nossa, que filosofia barata que expus (Risos).

Devemos, urgentemente, ser curados de nossas dependências e buscar nossas essências.

Devemos, urgentemente, declarar a nós mesmos que não precisamos de tantas coisas para sermos pessoas felizes e realizadas, mas sim, necessitamos aprender a mais amar a nós mesmos e buscar “lá no fundo do baú” o motivo pelo qual existimos e aqui estamos numa vida em sociedade; já que “nenhum homem é uma ilha”.

Nem os céus quiseram um mundo irreal... Tanto que Deus se fez carne em Jesus, habitou entre nós e nos enviou o Espirito Santo a estar conosco sempre... Esta é a celebração deste Domingo 27 de maio nas Igrejas Católicas, dia da Santíssima Trindade.

 

Bom, desejando-lhe um um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria e no abraço de São José, aqui virtualmente, mas espiritualmente e realmente falando (escrevendo):

 

Pe. Delair S. Cuerva, fmdp