E o tempo vai...
E o tempo vem...
Estive na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre e pude sentir como o tempo passa veloz demais... Foram horas e horas de vôo, mas, por conta da velocidade do tempo pareceu nem ter passado tanto e, encontrar aquele povo a cantar no aeroporto, junto de seu pastor diocesano e paroquial, deu uma emoção impar... Coisa boa a gente sentir-se bem quisto, não é verdade? Mas não podemos deixar de querer bem, pois muitas vezes queremos ser amados sem ter amado antes e sem esta reciprocidade é quase impossível sobreviver, pois não há amor que aguente sem ser amado.
Vendo todo aquele povo, debaixo de chuva, caminhando numa procissão foi coisa maravilhosa. Ver aquela Catedral lotada com chuvas e frio (de 20 graus, kkk) foi lindo de se ver e me questionei porque muitas vezes qualquer “chuvisco” nos atrapalha de ir ao encontro do Mestre.
Ver aquele povo dançando e cantando na praça mexeu com meu coração ao perceber que nada nos deveria abalar na luta de nossas idas e vindas neste tempo que não pára.
Ver aquele senhor a ser levantado de sua cadeira de rodas para coroar a imagem de Maria na catedral foi deveras emocionante e me levou a questionar os motivos de nosso marasmo a somente reclamar da vida e de nossas desventuras... Confesso ter me envergonhado.
Ver aquela juventude a se alegrar diante do palco me levou a pensar nos porquês de nossa eterna murmuração diante de nossos momentos “angustiantes” por coisas tão pequenas.
Pensar que talvez o avião não pudesse pousar no aeroporto por conta do mal tempo e que muitas vezes isso acontece, e eles não tem como chegar e nem como ir embora me levou a pensar que nossa vida é mesmo assim; nunca sabemos quando chegamos e nem quando vamos embora...
Dar um alento, de meu jeito doido, àquela irmã que sofria pela dor da devolução de seu irmão ao Deus da vida e que esperava o caixão com o corpo dele chegar me fez pensar e quase não ter medo da viagem de quase doze horas que teria que fazer de volta pra casa... Afinal estamos todos voltando pra casa...
É... Temos que aprender que estamos sempre voltando pra casa eterna... Todo dia é um dia a menos e não podemos perder tempo com bagatelas e sim ir avante, pois a vida é um presente; cada dia um presente...
Não percamos a esperança de seguir...
Não deixemos que as depressões de cada dia nos levem a abandonar nossos ideais...
Não permitamos que nossas “neuras” destruam nosso ideal e os ideais que as pessoas depositam em nós... Ideais de serem felizes ao nosso lado sempre aguardando de nós ao menos um sorriso ou um abraço e não nossa empáfia em querer ser o centro de tudo.
Deixemos que a vida nos leve para grandes coisas, mesmo em meio à nossa pequenez.
Sempre digo que, com um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria e com o apoio de José fica bem mais fácil... E creio nesta premissa.
Sigamos com olhos no alto, mas com os pés na terra.
Este que luta por ser feliz sem querer entristecer a ninguém, mas que o faz, mesmo com o ideal diante dos olhos:
Pe. Delair Cuerva, fmdp