Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Pe. Delair Cuerva Padre Presidente da ASFA - Associação da Sagrada Família
28/12/2018

Incertezas no caminho



Muitas vezes pensamos muito nas coisas que passam, mas não pensamos como elas passam e de onde vem e porque vem, não é mesmo?

Vamos somente levando a vida ou a “empurrando com a barriga” e nos esquecemos de que as coisas simplesmente acontecem porque têm que acontecer ou porque as fazemos acontecer...

São as incertezas do caminho que nos fazem bem, pois nos ensinam que não somos donos e proprietários de nada; sequer de nós mesmos...

Na incerteza vamos fazendo o melhor, pois o futuro é algo tão incerto quanto é incerta nossa vida... Hoje aqui e amanhã ali...

Fico deveras aturdido ao ver que somos eternos insatisfeitos ou meros espectadores da vida na vida... Ou meramente artistas figurantes na vida das pessoas que passam e que ficam ao nosso redor, nem as ajudando e nem as atrapalhando; mas, o pior é quando, meros figurantes, nos tronamos protagonistas da crueldade, da maldade ou da falta de hombridade para com as pessoas de nosso cotidiano.

Pessoas vão e vêm, mas a gente fica enquanto por esta terra ficarmos, pois, quando nos formos, seremos passageiros também na vida de outrem... Como será que seremos lembrados? Será que seremos lembrados ou, com eficácia, pela nossa enorme falta de exemplo e de boas atitudes, seremos esquecidos?

Indagações assim me advêm justamente ao final do ano e de cada ano... Pois devemos sim fazer uma retrospectiva dos fatos que vimos, vivemos e ou fizemos outros viverem...

Muitas vezes ouço dizer que o mundo é ingrato; mas será que os ingratos não somos nós para com este mundo que tudo nos dá, mediante nosso trabalho?

É... Mais um ano... Mais um tempo... Mais uma chance... Será que estamos aproveitando para marcar de fato este tempo aqui ou simplesmente seremos uma lápide escondida pelo mato que cresce ao redor e tampa nosso nome para que um dia um jardineiro de cemitério venha e lembre que ali estão depositados os ossos de alguém que teve um nome e que foi esquecido por todos por não fazer parte da alegria ou da saudade de outrem?

Conversa funesta esta não é?

Mas acho pertinente lembrar de que somos efêmeros e fomos e podemos ser meros transeuntes indigentes nesta vida que passou, por não deixarmos nossa marca cravada no coração de alguém.

Neste novo tempo que abre as portas diante de nós tentemos ao menos não deixá-lo passar em branco, sem nossa marca.

Saibamos buscar um no outro uma saudade que faz bem, como canta lindamente o Pe. Zezinho cantor e saibamos deixar “marcas do que se foi e sonhos que vamos ter que cada dia nasça novo em cada amanhecer”.

Ser novo só depende de nós...

Com um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria e no aconchego do grande José:

Eu... Buscando novos rumos e novos sonhos a querer realizar:

Pe. Delair Cuerva, fmdp

Até mais... A gente se encontra em cada Eucaristia!










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