Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Quico Cuter Jornalista, Autor, Escritor, Historiador e Poeta
29/10/2018

Eleição deixa Cury e Pardini em dois caminhos distintos



Embora ninguém afirme, categoricamente, a relação política entre o ex-prefeito João Cury e secretário de Estado da Educação com o atual prefeito Mário Pardini (PSDB) já foi bem melhor. Ambos já tiveram relações muito estreitas, mas hoje seguem em caminhos políticos distintos e estiveram em lados opostos na recente eleição.  Cury, que foi expulso do PSDB, apoiou Márcio França (PSB) e Mário Pardini jogou suas fichas em João Dória (PSDB). O atual prefeito levou a melhor nesse primeiro, digamos, round político. Aliás, a “briga” pelos votos entre os dois grupos foi acirrada.

Apoiado pelo ex-prefeito João Cury e pelo deputado estadual Fernando Cury, Márcio França obteve em Botucatu 46,10% dos votos válidos (30.550), enquanto o grupo do prefeito Pardini deu a João Doria 53,90% dos votos (35.746). Agora, com a maioria dos dois grupos convergindo para um lado na escolha do presidente da República, Botucatu deu a Jair Bolsonaro 73,64% dos votos válidos (52.219), contra 26,36% (18.725) de Fernando Haddad, do PT.  Aliás, foi uma das maiores votações proporcionais que Bolsonaro teve no País.

E um novo episódio político entre Cury e Pardini pode acontecer ainda no final deste ano com a eleição para escolha do novo presidente da Câmara Municipal para o biênio 2019/2020. Vários nomes estão sendo cogitados para ocupar a cadeira de Isaias Colino e tanto Cury como Pardini terão participação de destaque na escolha dos nomes. Isso porque o novo presidente estará comandando o Legislativo nas eleições de 2020.

Pardini que foi, politicamente, “criado” por João Cury,  poderá tentar a reeleição pelo PSDB em 2020 e é difícil ver a perspectiva de o ex-prefeito apoiar o candidato do partido que lhe expulsou. Ele próprio poderia apoiar alguém ou se candidatar a prefeito em busca do terceiro mandato. Porque não? Seria interessante ver o confronto entre “criador e criatura” numa campanha, juntamente com uma terceira via, provavelmente, preenchida pelo também ex-prefeito Mário Ielo (PDT).  Já pensaram num debate entre João Cury, Mário Pardini e Mário Ielo? Sarcófagos!  Quero estar na primeira fila!

Se Márcio França tivesse vencido as eleições para governador, a probabilidade de João Cury permanecer no comando da Secretaria de Educação seria grande. Será que com a vitória de João Dória existe agora a possibilidade de Cury se filiar ao PSB de França e encabeçar uma chapa de oposição a Pardini em 2020? O vice de Cury? Poderia ser o próprio Isaias Colino que se desligaria do PSDB. Ou Paulo Renato (PSC). Ou Ednei Carreira que já é filiado ao PSB. E pelo andar da carruagem não podemos descartar um Legislativo, a partir de 2019, com três forças políticas distintas.  Sem esquecer que não é segredo prá ninguém que os olhos de Cury também estão voltados para a Câmara dos Deputados, em Brasília.

Mas, vamos deixar bem claro que isso tudo ainda se delineia na linha das probabilidades. Opiniões e especulações são as mais diversas. Tudo pode acontecer.  Já dizia o saudoso e sempre lembrado vereador Progresso Garcia: “na política a gente só não vê boi voar”. Neste contexto “progressista”, eu, pessoalmente, me atrevo a ir mais longe. Acredito que em se tratando de política não só o boi voa, como o elefante canta fado tricotando numa cadeira de balanço, o cavalo choca ovos de saracura em ninho de coruja e a capivara se acasala com onça pintada, para gerar “caponças”.










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