O Brasil é mesmo um país paradoxal, de um presidente acidental. Senão vejamos o que se vê por aqui: Uma das mulheres consideradas mais sexy é um homem (Pablo Vittar) e homem mais sexy é uma mulher (Tammy Miranda). Absolutamente, nada contra o gênero ou preferência sexual de quem quer que seja, mas, convenhamos, é paradoxal. De outro prisma, paradoxalmente falando, o homem que se considera o mais honesto do mundo está preso e o mais “santo” é um médium canalha, charlatão e estuprador.
Até a comunicação, as vezes, é paradoxal. Como exemplo citamos o “jornalista” Dudu Camargo, âncora de um programa matutino de jornalismo, numa das maiores redes de televisão do País, mantendo bons índices de audiência, mesmo com todo seu sensacionalismo e trejeitos, requentando notícias já, exaustivamente, exploradas como se fossem exclusivas. Outros querem "interpretar" a notícia ao invés de, simplesmente, divulgar.
Até a mais alta, intocável e dividida Corte de justiça do Brasil, o Supremo Tribunal Federal, não tem a confiança da maioria da população. Também pudera! Lá estão pessoas como Gilmar Ferreira Mendes, Enrique Ricardo Lewandowski, José Antônio Dias Tófoli e Marco Aurélio Mendes de Farias Mello. Alguns “moram” no suntuoso prédio da Corte há quase três décadas. Um velho ditado diz que “O exemplo tem que vir de cima”. Não é, definitivamente, o caso do Supremo. Pior é que estão lá nomeados por atos políticos de presidentes de República, quando o mais correto seria a conquista de cada uma das vagas através de concurso público.
Se caminharmos para o lado político, então, a situação é estarrecedora. Política no Brasil é sinônimo de corrupção. E não é pra menos. A maioria dos eleitos para o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), governos estaduais com suas assembleias legislativas e prefeituras com suas câmaras municipais, está intimamente atrelada a corrupção. Mas, é bom salientar que nem todos os políticos são inescrupulosos e rapaces, “apenas” a maioria. E nesse contingente, poucos são apenados. A impunidade corre solta nesse sistema corrompido, onde o crime compensa.
Então, enquanto a maioria do povo padece pagando altos impostos sem gozar dos seus legítimos direitos outorgados pela Constituição como emprego, lazer, segurança, educação e habitação, a classe política com seus caríssimos assessores (alguns, notórios bandidos piores até mesmo que os próprios mandatários do cargo), vai continuar sua trajetória na árdua e incansável luta em busca do dinheiro fácil que escorrega pelos tentáculos da corrupção. Sempre e cada vez mais!
O que machuca é saber que nosso Brasil poderia ser diferente, o melhor do mundo e exemplo para outras nações. Não existe no planeta um País tão bem privilegiado pela natureza. Nossas riquezas são imensuráveis. Inacreditável que numa terra onde se plantando tudo dá, tem gente passando fome, sem emprego, sem moradia e sem nenhuma perspectiva de futuro, enquanto o dinheiro circula apenas nas mãos de menos de 5% da população. Essa gente do quanto mais tem, mais quer. E não se enxerga nem uma tênue luz no fim do túnel. Esse Brasil de tantos contrastes, é ou não é paradoxal?