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“Estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. É extremamente frequente em paranoides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio”.
Estamos falando do fanatismo, que em algumas situações ultrapassa o limite do tolerável e adentra na síndrome da loucura e da obstinação e, porque não dizer, da imbecilidade e da ignorância humana. Data venia a quem pensa o contrário.
São vários os tipos de fanatismo que levam as pessoas ao delírio e elas não conseguem assimilar, pacificamente, nada além daquilo que sua mente doentia e obcecada consegue absorver. Li e reli um texto interessante escrito pela psicanalista Simone Demolinari, com mestrado e dissertação em anomalias comportamentais, que faz uma explanação sobre esse tema e eu tirei minhas próprias conclusões de acordo com minhas convicções. E fico a me perguntar: até onde o fanatismo pode chegar?
Um dos fanatismos mais comuns é o religioso onde as pessoas que acreditam que o que é bom para elas é ideal para a humanidade. E não economizam saliva para emplacar suas crenças forçadamente sob a justificativa de missão divina. Não escapa parente, amigo, colega de trabalho, vizinho ou cônjuge. Aliás, muitas amizades e casamentos são desfeitos em função dessa diferença que por vezes culmina em mortes, e nada tem a ver com paz, que em tese, a fé deveria promover.
Temos também o tal de fanatismo artístico que vem de uma obsessão exagerada por alguma figura pública. Casos mais graves podem chegar à chamada “síndrome de adoração a celebridade” onde o fanático acredita que é correspondido e se comunica secretamente com o seu ídolo. Na sua fantasia essa comunicação pode acontecer através de sinais, afinidades, gestos. Um delírio doentio que pode resultar em situações trágicas.
O mais comum (e na minha concepção o mais imbecil de todos) talvez seja o fanatismo por um time de futebol. A paixão desenfreada pelo clube gera atrito, inimizade, briga e até morte. Haja vista a violência nos estádios entre torcidas e torcedores. Em nome do time do coração não se mede esforço: gasta-se o que não tem e, em muitos casos o imbecil usa o dinheiro do sustento da família para comprar ingresso. Aliás quem faz isso, não pode ser chamado de torcedor fanático e sim de criminoso.
Torcer é muito legal e salutar. Sacanear o adversário (não inimigo) é divertido à beça, mas sem violência. O pior é que os grandes idiotas se ofendem, se agridem, se matam e endeusam jogadores que estão pouco se lixando pelo time. Trocam de camisa com a mesma naturalidade com que trocam a cueca. Importa a eles o vultuoso contra cheque.
Ganham os atletas em um mês o que esses idiotas fanáticos não vão ganhar durante a vida inteira. Por uma vitória cumprem promessas insólitas, choram copiosamente a derrota e perdem um campeonato como se tivesse perdendo um ente querido. Uma dor quase física. Essa tipificação de fanatismo é de uma estupidez sem tamanho. Me erra!
Agora não posso me furtar em falar do fanatismo político. A adesão cega a uma legenda ou a devoção a um político faz com que esse tipo de fanático perca seu bem-estar em razão da sua causa. Se mostram defensores da democracia, mas negam, veementemente, a democracia de quem pensa diferente deles. E são inteligentes o suficiente para saber que muitas vezes estão errados que somando dois mais dois, o resultado é quatro. Mas fazem de tudo para convencer que a soma dá cinco. Querem colher manga em pé de abacate.
Como dizia Winston Churchill: “Fanático é o sujeito que não muda de ideia e não pode mudar de assunto”. Realmente, o fanatismo é a paixão dos fanáticos. Ou a enfermidade dos emburrecidos. E durma com um barulho desse...