Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Quico Cuter Jornalista, Autor, Escritor, Historiador e Poeta
14/08/2019

Supremo gasto dos juízes do Supremo



Foto Divulgação - STF

Vamos aqui admitir que para alguns cargos públicos é necessário que haja a contratação de assessores, entretanto o que ocorre com os 11 intocáveis, intransponíveis, inimputávreis e pragmáticos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ultrapassa todos os limites do bom senso. Na verdade, é um tapa na cara dos brasileiros. Isso, aos (cegos) olhos do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Congresso Nacional onde estão 513 deputados e 81 senadores, também com gastos consideráveis.

Aliás, não consigo entender porque existe Senado Federal, que na teoria seria a casa revisadora, mas na prática só carimba o que a Câmara dos Deputados aprova, sem aprofundar o debate das proposituras. E olha que cada senador custa R$ 596 mil por mês aos cofres públicos. O gasto anual com cada um deles chega a R$ 7 milhões.

Considerando as despesas de todos os 81 senadores, são R$ 580 milhões por ano. A maior parte é gasta com assessores que abarrotam os gabinetes. Chegam a mais de 2,5 mil, sendo 90% deles de livre nomeação. Alguns senadores contam com mais de 80 assessores, como é o caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello.

Já na Câmara dos Deputados os gastos são “mais “modestos”. Cada deputado federal entre salários e outras benesses atreladas ao mandato, custa ao contribuinte “apenas” R$ 2,14 milhões por ano, ou R$ 179 mil por mês. Somadas as despesas com todos os 513 integrantes da Câmara, as despesas chegam a R$ 91,8 milhões todo mês. Ou R$ 1,1 bilhão por ano.

Mas voltemos aos 11 nobres ministros que juntos consomem mais de meio bilhão por ano dos cofres públicos. A lista de mordomias e benfeitorias dos magistrados faz inveja a qualquer magnata árabe do petróleo. Algumas absurdas, fora do contexto e da realidade. Seria muito trabalhoso e nauseante enumerar aqui todos os benefícios a que o magistrado do Supremo tem direito. Por lei!

Só para se ter uma ideia o Supremo Tribunal Federal conta com uma assustadora média de 222 funcionários para cada um dos 11 ministros. Aqui vale replay: 222 funcionários para cada um dos 11 ministros. Sarcófago!

Com relação a funcionários terceirizados, que não constam nessa lista,  o Supremo conta com 25 bombeiros civis; 85 secretárias; 293 vigilantes; 194 recepcionistas; 19 jornalistas; 29 funcionários cuidando da encadernação; 116 serventes de limpeza; 24 copeiros; 27 garçons; 8 auxiliares de saúde bucal; 12 auxiliares de desenvolvimento infantil; 58 motoristas; 7 jardineiros; 6 marceneiros; 10 carregadores de bens; e 5 publicitários. Ufa!

E para piorar, os ministros do Supremo não gozam de prestígio perante a população brasileira. E não é pra menos. Na verdade, os ministros, ou pelo menos grande parte deles deixam de lado o espírito de justiça e buscam o conservadorismo e a defesa incessante daqueles que fazem da corrupção o seu projeto de vida. E haja habeas corpus pra bandidos! E haja decisão monocrática! Uma festa! Tem até ministro da mais alta corte do Brasil acusado de vender sentenças. Pasmem!

E isso só vai mudar quando o Supremo ter a Corte formada por ministros nomeados por mérito pessoal e não pelo jogo político. Ou seja, cada ministro deveria passar por um rigoroso concurso e não ser, simplesmente, nomeado. Mas, infelizmente no Brasil, acima da lei e da justiça estão os interesses pessoais. O povo? Ah! Dane-se o povo!

 










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