Quanto vale a vida?
Quanto vale a paz?
Quanto vale a alma?
E qual vale mais?
Quem é que decide?
Quem pode julgar?
Até onde o bolso pesa?
E decide: vai acabar?
É a roupa que define?
Ou o endereço é o desempate?
Por que são sempre os mais visíveis
Que vencem esse embate?
Quando sentirão
Na pele do amado
O impacto da ira
O filho baleado?
Cadê a empatia?
A ciência do outro?
O amor que ali havia
Sumiu, e agora é morto
Querem mesmo resolver?
Ou só querem expurgar?
O perigo está nos becos?
Ou no que chamamos de lar?
Até quando vão achar
Que o gatilho vai resolver?
Quando vão parar de olhar
E começar então a ver?