Escreva em branco, diga em silêncio

Diga sem dizer

Fale sem ouvirem

Esconda o seu ser

Para não a ti virem

 

No entanto não se cale

Mostre que exista

Dê sinais de si

Apesar de ser, exista

 

Assim, não aceite

Que comemorem festivais horrendos

Que celebrem amargamente

Mortes, torturas e medos

 

Assim, não engula

Que passem por cima do povo

Por considerarem alguém acima de tudo

Ou um achismo acima de todos

 

Ainda que não complete

Não desanime de tentar

Não permita que voltem aos “maus”

Torturar

 

Lembre-se que o poder é real

E não idealizado

Há fezes por todos os lados

Na casa, na roupa, no prato

 

Passe desapercebido

Não precise ser temido

Quando perceberem, será tarde

Você já será conhecido

 

Não é só atrás de gatilhos

Que se faz uma revolução

É também com conversas e livros

É com tudo e com nada em mãos

 

Quando o que se imagina não existe

Quando se soca o ar e o vento

Logo nota-se que não é normal

Que o mental está com defeito

 

Sendo assim só nos resta pensar

Agora é de igual pra melhor

Petições, abaixo assinados

PL’s, cobranças e ainda não só

 

O poder ainda emana do povo

Mas o povo conhece o poder?

Sem mais reclamar a quem não pensa

Estudem, elaborem e façam acontecer.