Deus e o silencio.

Deus e o silencio.

Como é bom saber que Ele já sabe o que penso ou até mesmo o que vou pensar.

Na realidade hoje consigo ter uma noção, não muita, mas pouco maior do que tinha antes, sobre essa tal soberania de Deus.

Tenho tentado me silenciar,  aquietar minha alma e apenas ouvir, ouvir aquela voz que fala ao coração de maneira peculiar, única como um sopro de uma suave brisa. O silencio é o lugar onde Deus habita.

Na mesma perspectiva do que Jesus falou de entrar no seu quarto, quando ensinava sobre a oração. O entrar no quarto, fechado, em silencio, sozinho eu comigo mesmo, soa engraçado eu comigo mesmo, mas muitas vezes encontramo-nos sozinhos mas não encontramos a nós, o nosso eu, nos perdemos de nós mesmos.

Em meus momentos de ‘askesis’ já não vou mais como quem vai ao divã, mas vou como que vai ao encontro, ansioso, aguardando o momento do silencio. Apenas ouvir...

O que eu ouço? Na realidade eu consigo ouvir a mim mesmo, as vezes não ouço nada, outras nem consigo ficar em silencio, existe um turbilhão dentro de mim que me consome de pensamentos, agendas, a fazeres, preocupações, crises, raivas, momentos, distrações, meras distrações que tentam me roubar do silencio. Nessa luta comigo mesmo e com o que acontece ao meu redor, decido então assentar-me confortavelmente na minha cadeira, mãos posicionadas levemente sobre as pernas e a respiração observada. É nesse momento que o coração é enriquecido, nesse momento que o coração é cheio, nesse momento que a alma encontra paz Deus é essa Paz. Ele vem com voz suave, voz macia, falando ao coração.

“Tudo que preciso saber é que ainda que uma palavra me chegue à boca tu já conheces Senhor, aquieto-me e confiante permaneço ali na doce presença.” Até a próxima agenda ou distração, porem o meu ‘eu’ já não é mais o mesmo.