Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Mateus 16:24
Vamos falar da 're significação' dessa passagem bíblica, através da hermenêutica de Jesus de Nazaré. Como introdução precisamos esclarecer que dentro da concepção religiosa aprendemos que viver é ruim e que temos que morrer para este mundo, se quisermos ganhar o céu.
Essa distorção do texto sagrado, fundamentado num moralismo pesado, faz com que a beleza do texto, a poesia e a arte, percam o espaço e assim não nos inspiram quanto a forma de vida que Jesus nos ensinou realmente.
Morremos para as coisas erradas, morremos para o que não deveríamos morrer. Na honesta, mas triste tentativa de sermos bons cristãos
sucumbimos nossas forças por conta do peso da moralidade e ‘dogmatização’ da fé, de Deus, da igreja, das pessoas, da nossa humanidade.
Dizemos sim para o que deveríamos e queríamos dizer não, dizemos não quando poderíamos e queríamos dizer sim.
Tudo isso em nome de sermos achados bons cristãos.
Isso vai mantando nossa vida, o sopro de vida eternal em nós. Ficamos amargos e amargurados, pois servir, vir a igreja, cuidar e ajudar do outro se tornou um fardo de Deus para nós, que já não conseguimos mais viver sem ele. Quando Jesus convida ao fardo leve e suave.
Vejamos José, pai de Jesus:
Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente.
Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo.
Mateus 1:18-20
Como já foi observado, José ficou sabendo pela comunidade que sua noiva estava grávida (Mt 1.18). A princípio, ele não teve a visão do anjo informando-o de que a gravidez dela era um ato de Deus. Como será que ele ficou ao ouvir notícia tão devastadora?
Como já se observou, o seu entendimento de justiça o levou a “fazer a coisa certa” e tratar Maria com humanidade. Pois coube a ele não apagar o pavio que fumega nem queimar a cana esmagada. Conforme o texto de Isaías 42.
Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça;
Isaías 42:3
Talvez os longos séculos de veneração por “São José” tenham gerado a hipótese de que ele não podia ter ficado com raiva — especialmente não de Maria! Mas isso é ignorar a humanidade do homem.
Mateus apresenta José, na sua breve aparição, como um ser humano de notável estatura espiritual. Ele teve a audácia, ousadia, coragem e força de caráter para se levantar contra toda a comunidade e receber Maria como sua esposa. Ele fez isso apesar das forças que, sem dúvida, a queriam apedrejada. Sua concepção de justiça deteve sua mão. Em suma, ele foi capaz de transformar sua ira em graça.
Essa nossa humanidade a imagem e semelhança de Jesus de Nazaré, um novo alguém, que é capaz de exercer justiça como fez José com Maria.