A beleza do novo encanta e amedronta muito as pessoas, para uns existe o medo do que virá e para outros as coisas novas que vêm pela frente.
Mas o novo nem sempre é tão novo assim, ele pode ser tornar apenas um adorno comemorativo e não real em muitos aspectos, assim nem sempre o “ano novo” será um “novo ano.”
Fato é que pensar novo amedronta, surge o medo, pois ele vem trazendo consigo o escuro (não escuridão) o inédito (não o incerto) assim então melhor e mais seguro é seguir fazendo tudo o que sempre foi feito, como sempre foi.
Refletindo na perspectiva de Rubem Alves, penso que a vida é feita na cozinha, mas não pode ser qualquer cozinha, pois um fogão a gás e micro-ondas não servem para fazer a comida da vida. É tudo muito rápido e programado com tempo e temperatura ideais e controláveis e o sabor das coisas não fica tão bom assim. Além de que se perde a arte de viver o novo, o inédito, o imprevisível e surpreendente.
Na cozinha da vida deve-se ter fogão a lenha e uma imensa vontade de nas noites frias aquecer-se com ele e ao mesmo tempo preparar uma boa comida. É necessário atenção para controlar o fogo desse fogão e tem o trabalho de colher lenha, etc. Tudo muito simples e verdadeiro.
A vida não é fácil e pragmática, “ela é dura, doce, sofrida, carente em qualquer continente, mas boa de viver em qualquer lugar” - já diria O Rappa.
Viver é prazeroso e você percebe que de fato esta vivendo e não sobrevivendo, é quando têm nas mãos as rédeas da vida, isso não significa que você não precise de nada nem ninguém, mas apenas que esta de fato vivendo.
O ano novo vem com 365 oportunidades de recomeços e possibilidade de “vida viva” para se viver.
Minha oração por mim e por você é para que o ano novo não aconteça apenas nas noites de 31 de dezembro para o dia 01 de janeiro, mas em cada amanhecer, cada dia, todo o momento possa fazer na cozinha da vida uma bela e saborosa comida para junto aos que amamos saborear e seguir vivendo.
Que assim seja amem!
@Renato Ruiz Lopes
renatopibb@hotmail.com