Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Renato Ruiz Lopes Pastor da Primeira Igreja Batista em Botucatu (PIB)
15/02/2017

DEIXEI PARA TRÁS!



Como pessoas estamos todo o tempo produzindo uma serie de sentimentos (conscientes ou não) e uma troca desses sentimentos em ações relacionais.

É nessa troca de ações e reações que muitas vezes se estabelece relacionamentos doentios ou não.

Relacionamentos doentios são aqueles que não produzem risos verdadeiros, não produzem elo profundo tão pouco afeto e carinho. Às vezes até ofensas e agressões.

Tudo se torna superficial e interesseiro. Nesse tipo de relacionamento o mais forte “sobre-vive”.

Essa cultura é devastadora, pois na guerra do olho por olho e dente por dente todos acabarão cegos e “banguelos”.

Prefiro os amigos que a vida tem me dado, que não se preocupam com meu cargo ou conta bancaria, mas valoriza quem eu sou. Não ficam de olho no que eu estou fazendo ou não e se tem base bíblica ou não, mas apenas aprenderam a olhar o eu que existe em mim. Também tenho procurado valorizar aqueles que simplesmente desejam uma mesa para sentar-se saborear um belo churrasco, não tenho olhado mais se elas estão ou são teologicamente, filosoficamente, eticamente corretas, mas quero proporcionar-lhes humanidade.

Tenho tentado deixar para trás os tribunais que julgam o tempo todo, tanto de mim para com os outros e tanto dos outros para comigo.

Deixo para trás os melindrosos que tentam se fazer perceber e aparecer num sofrimento doentio e infantil mesmo sendo alguns de anos cronológicos avançados. Deixei para trás!

Tenho tentado me afastar de sentimentos que me aprisionam e me machucam, isso não significa fugir das minhas lutas, mas apenas quero e não posso ferir a ninguém com minha ou por causa das minha feridas.

Deixei para trás os conceitos e crenças que me faziam ver Deus um velho mal humorado e carrancudo. Abandonei as vacas sagradas da religião fundamentalista e chata.

Deixei para trás o desejo de ser o dono da verdade e de ser um portador dos discursos expositivos, santo e sagrado de Deus. Ando preferindo os poetas e menos letrados, pois me passam a leveza e simplicidade que encontrei em Jesus.

Lembro-me agora de Rubem Alves que certa vez disse: “Não mais discuto rótulos tenho pressa, minha alma tem sede quero essência.”

Deixei para trás quem eu deveria ser para ser o que de fato minha alma se alegra e descansa sendo.










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