Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Renato Ruiz Lopes Pastor da Primeira Igreja Batista em Botucatu (PIB)
03/05/2017

Nesse texto replico com exatidão meus sentimos em relação a vida na palavras do amigo Ricardo Gondim



Anseio transformar o emaranhado das minhas angústias em bondade. Quisera poder fatiar meus pensamentos em pequenas porções. Eu mostraria que é possível alguém indignar-se com a injustiça e continuar gentil. Me desdobro, sem cessar, no esforço de permitir que inquietações me levem à benignidade. Estou condenado a conviver com um novelo de dúvidas e questionamentos. Mas agora já não me importo em ser lúcido. Quero tão somente aprender a ser compassivo.

Desalojo da alma o ídolo da certeza. Sei, se eu me curvar no altar do dogmatismo, sirvo ao deus da intolerância. Não posso, pois já provei das suas maldições. Essa divindade é responsável pelo rigor doutrinário que desemboca em ortodoxia. E as ortodoxias se mostraram impotentes para gerar gente bonita. Os arraiais da religião também abrigam mulheres e homens sórdidos, covardes e frios.

Anelo por respirar Deus através da poesia. Quero a companhia dos pacificadores. Procuro diálogo com gente sensível.

Fomos criados para lavar, com nossas lágrimas, as dores dos que nos rodeiam. Estou sob tal mandado. Ofereço, portanto, um pouco de minha água salgada a viajores perdidos.

Não parto de meus parcos sucessos. Começo com desilusões. Nos tombos da caminhada, aprendi a não desistir. Vejo na trajetória de meus heróis que o único triunfo que eles possuíram foi a persistência. Gandhi, Martin Luther King Jr., Madre Teresa, Nelson Mandela e Zumbi dos Palmares não são meus modelos de sucesso, mas de integridade. Sei, igualmente, que gente parecida com eles continua a se doar em ONGs pela inclusão de cegos, surdos e paraplégicos; visita hospitais e escolas para crianças com necessidades especiais; e conversa com homossexuais para entender suas reivindicações. (Quem desce aos porões pouco iluminados da vida se depara com Jesus).

Vejo o sofrimento infinito que alguns grupos passam. Tenho muita raiva. Me recuso, todavia, a abandonar a doçura como opção existencial. Não permitirei que meu coração se destroce, cínico. Repito para mim mesmo: “quem é dono de um coração suave herdará a terra”.

Pr. Renato Ruiz

PIB-Botucatu









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