Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Colunista Rev. Benedito Carlos Santos Reverendo Anglicano, Psicólogo
31/08/2018

“Resiliência”



“Eu vos disse isso para que tenhais paz graças a mim. No mundo passareis tribulações; mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo” – João 16.33.

 

Ola queridos (as) leitores (as), aqui trago a proposta de pensarmos o tema “Resiliência” para nossa vida atual. Resiliência é um termo que a “Psicologia Positiva”, buscou da física e Engenharia. O cientista inglês Thomas Young, em 1807, considerando tensão e compressão, introduz pela primeira vez a noção de módulo de elasticidade, como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas como choque, estresse, etc., sem entrar em surto psicológico. É uma capacidade universal que permite que uma pessoa, grupo ou comunidade previna, minimize ou supere os efeitos nocivos das adversidades”. (Grotberg, 1995).

Portanto em Psicologia, o estudo do fenômeno da resiliência é relativamente recente. Alguns teóricos estudiosos vão dizer que resiliência, trata-se de uma tomada de decisão entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Tais conquistas, face essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. O pesquisador George Souza Barbosa entende a resiliência como um amálgama de sete fatores: Administração das Emoções, Controle dos Impulsos, Empatia, Otimismo, Análise Causal, Auto Eficácia e Alcance de Pessoas (Barbosa, 2006). Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades, capacidade para superar medos, sofrimentos, incertezas em todos os âmbitos de sua vida, seja social, intelectual, moral, espiritual e afetivo.

Conforme afirma Martineau (1999), a “resiliência” foi identificada nas pesquisas iniciais como “invulnerabilidade às adversidades”, conceituação reformulada e mais tarde definida como “habilidade de superar as adversidades”.

Bem, depois de uma tentativa de uma definição do termo “resiliência”, gostaria de acrescentar dois exemplos para ilustrar melhor o tema. Primero, no filme “A Vida é bela”, temos um verdadeiro exemplo de resiliência. Na Itália dos anos 40, Guido (Roberto Benigni) é levado para um campo de concentração nazista e tem que usar sua imaginação para fazer seu pequeno filho acreditar que estão participando de uma grande brincadeira. Tudo isso com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.  Guido poderia criar um clima de revolta contra tudo e contra todos, fazendo-se de vítima. Ao contrário, ele faz de tudo para poupar o filho de sofrimentos. Isso é resiliência.  Segundo, temos um dizer de Rubem Alves que é “ostra feliz não produz pérola”. Acredito que esse conceito combina com o que viemos dizendo até agora. Um objeto estrando entrando no corpo do molusco – ostra – trazendo-lhe incômodos, um conflito, uma crise. O molusco poderia agir de forma a tentar excluir o objeto que lhe fere, mas isso não seria possível no seu estado de vida. Então ele cria a resiliência, e na sua “solidão”, faz surgir uma pérola, uma pedra preciosa. A pérola é um objeto redondo, com uma anatomia transformada em um a forma que não causa mais incômodo para a ostra. Geral resiliência.

Vivemos num pais em que desde de sua suposta descoberta muitos tiveram que ter resiliência para viver. Os negros, nem se fala. Hoje a injustiça social pede de uma maioria excluída resiliência. Pense nisso. Cabe a você decidir desistir diante dos obstáculos que a vida propõe ou, fazer como a ostra, optar por transformar seu sofrimento em uma pedra preciosa. Não como passividade, mas como resiliência.

Paz e bem!

 

Rev. Benedito Carlos Alves dos Santos










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