Olá caro leitor (a), seguimos aqui com nossa reflexão.
Segundo Daniel Goleman, temos dois cérebros: um emocional, (amígdalas) e, outro racional (precórtex). O cérebro racional tem seu melhor desenvolvimento a partir dos sete anos, tempo em que se acredita que a criança já faça uso da razão. Antes disso, todas as suas memórias são registradas especialmente através das emoções. As emoções são registradas, mas não são explicadas. Assim sendo, aos primeiros anos de vida de uma criança, faz-se necessário grande cuidado emocional (afeto), pois o que se aprende fica registrado de uma forma que não se explica e será levado para toda a vida.
Quantas vezes nos pegamos melancólicos e não sabemos por quê. São sentimentos que não encontramos explicações. São emoções que são resgatadas, sentimentos que veem à tona de uma forma que não temos total entendimento. Quando já fazemos uso da razão conseguimos dar explicações às nossas emoções, ou seja, entendo o que estou sentindo. Quando agimos impulsionados apenas pelas emoções, não damos chance ao nosso cérebro de raciocinar.
Agimos em um impulso primitivo. Quantas vezes já agimos de forma que depois nos perguntamos: “- Como fui capaz de fazer isso? Na hora nem pensei, apenas agi”. Isso significa que o estímulo foi direto para o centro das emoções em nosso cérebro, não tendo tempo de passar pelo centro racional de nosso cérebro.
Eu apresento aqui uma terceira maneira de aprendizado, que mesmo a neurociência já está reconhecendo. Falo da experiência religiosa. Um terceiro fator motivador do cérebro humano, a fé. Uma fé equilibrada, juntada com uma pitada de emoção e uma pitada de razão, pode fazer muito bem ao ser humano. Na vida, quantas vezes agimos no impulso da emoção.
Quanto mais novos formos, mais riscos corremos de agir pelo impulso emocional. Com o tempo corremos o risco de agirmos mais com a razão do que com a emoção. Tem gente que tenta agir com fé descompensada, fé sem o mínimo de emoção e razão.
No Evangelho de Lucas 5, 1-11, temos o episódio de uma pesca milagrosa. O evangelista relata que os discípulos haviam trabalhado a noite toda jogando as redes para a pesca e nada conseguiram pegar. Jesus apareceu e lhes indicou onde jogar as redes. Seguindo seu comando os discípulos conseguem pescar uma grande quantidade de peixes.
Atualizando esse relato ao que acabamos de falar acima, os discípulos de Jesus podem ter passado pelas três experiências: emocional quando voltam frustrados da pesca e decidem abandonar a trabalho; racional, pois pensaram que seria inútil tentar nova pesca em um lugar onde não havia peixes; fé, quando mesmo frustrados, obedecem à fala do mestre e se colocam a pescar. As redes vieram tão cheias que quase se romperam.
Em seu cotidiano, caro leitor (a), você tem usado mais a emoção, a razão ou a fé? Que tal usar a inteligência emocional mesclando razão, emoção fé?
Rev. Benedito Carlos Alves dos Santos (Psicólogo e Mestre em Ciências da Religião).