Fotos: Nágila Maia / Valéria Cuter
A caminhada teve início na Catedral e foi encerrada na Igreja Menino Deus, no Bairro Alto, com uma palestra do padre Paulo Bronzatto e a manifestação está sendo feita por comunidades católicas de várias regiões brasileiras, incentivada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Com faixas, cartazes e orações, a comunidade católica de Botucatu Setor Juventude, realizou uma marcha pelas ruas da cidade contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar uma lei que permite o aborto até os três meses de gestação. A caminhada teve início na Catedral e foi encerrada na Igreja Menino Deus, no Bairro Alto, com uma palestra do padre Paulo Bronzatto.
“É um absurdo esse decisão, pois é contra a vida. Essa manifestação está sendo feita por comunidades católicas de várias regiões brasileiras, incentivada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e apoiada pelo nosso Arcebispo Dom Maurício Grotto de Camargo. Essa decisão tem que ser revista”, colocou Natália Alves, do Setor Juventude Católica, que organizou a marcha em Botucatu juntamente com Douglas Braz e Luiz Witzer.
A votação
Em votação, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) diz que o aborto até o terceiro mês de gravidez não é crime. A decisão foi de uma das turmas do STF, mas pode influenciar a decisão de juízes pelo Brasil. Os ministros analisavam um processo em que cinco pessoas foram presas em uma clínica de aborto em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Para os ministros Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin, a criminalização do aborto ainda no primeiro trimestre da gravidez fere a Constituição. Barroso deve redigir essa decisão que foi tomada pela primeira turma. Ele disse ainda que nenhum país desenvolvido criminaliza o aborto na fase inicial da gravidez e citou como exemplos a Alemanha e a França.
Barroso disse ainda que é dever do estado evitar o aborto com políticas de educação sexual, distribuição de anticoncepcionais e uma rede de proteção e apoio às mulheres. O Supremo não definiu se essa decisão valerá para todos os futuros casos, mas ela pode abrir precedentes. Com a decisão da Corte, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, abriu uma comissão especial na Casa para discutir o tema.