A matéria mostra um cidadão se arrastando pela escada para descer do ônibus do transporte coletivo urbano em razão de o elevador que atende os deficientes físicos não estar funcionando
Uma reportagem divulgada nesta sexta-feira, dia 2, pela TV TEM, sobre o transporte coletivo urbano em Botucatu, causou grande comoção e muitas manifestações nas redes sociais, já que as imagens registradas são chocantes. O caso aconteceu na semana passada. A matéria mostra um cidadão se arrastando pela escada para descer do ônibus do transporte coletivo urbano, em razão de o elevador que atende os deficientes físicos não estar funcionando.
Em entrevista ao repórter o deficiente Walter Fernando de Oliveira, que em razão de uma doença que atacou seu sistema nervoso há pouco mais de um ano passou a usar cadeira de rodas, não escondeu seu desalento. “Estou me sentindo uma embalagem que foi usada e não presta mais, um lixo, um ninguém”, disse revoltado.
Em outro ponto de ônibus a reportagem flagrou outro caso. Desta feita o cadeirante aposentado Luiz Rossetti não conseguiu entrar no ônibus em razão de o elevador não estar funcionando. “Não é a primeira vez que acontece isso comigo”, reclamou.
A empresa Stadtbus se manifestou e garantiu que a vistoria é feita todos os dias e “apenas” um dos ônibus da frota estava com problemas no elevador para atender os deficientes físicos. O veículo não foi tirado de circulação para reparos para não atrasar o cumprimento dos horários.
O secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Rodrigo Fumis, apontou que “a Prefeitura mantém dez pessoas fiscalizando os ônibus e quando fatos como esses acontecerem as empresas concessionárias do serviço público devem ser acionadas, imediatamente, para resolver o problema”.
Empresas operam com liminar
Vale destacar que em dezembro de 2016 o então prefeito João Cury Neto, reincidiu o contrato com as duas empresas concessionárias do transporte público, ou seja, Stadtbus e São Dimas/Reta Transportes em razão de vários problemas ocorridos, principalmente com quebras por falta de manutenção nos veículos.
O objetivo foi buscar empresas do setor para que fosse feito um novo processo licitatório. Entretanto, as empresas conseguiram suspender, temporariamente, o processo licitatório e ganharam uma liminar na justiça para continuar operando até que uma solução definitiva seja tomada.
No ano passado, já no governo do prefeito Mário Pardini, as duas empresas apresentaram uma proposta de acordo. Nela, entre outras coisas, não haveria aumento na tarifa e seriam comprados 40 novos ônibus, mas as empresas ficariam isentas do pagamento da autorga que rende cerca de R$ 2 milhões ao ano aos cofres do Município. A proposta das empresas está sendo analisada e poderá se transformar em projeto de lei que será encaminhado à Câmara Municipal para apreciação dos vereadores.