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Outro foco de campanha é alertar que a queimada se constitui em crime ambiental (conforme Lei Estadual 9.605/98 – com pena de dois a quatro anos de reclusão) que cresce no inverno
Nesta quarta-feira será lançada em Botucatu no auditório Cyro Pires da Prefeitura Municipal, a partir das 14 horas, a Campanha Contra Queimadas 2018. Como nos anos anteriores a iniciativa conta com as participações de várias instituições e empresas da cidade, como Defesa Civil do Município, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (FCA), SOS Cuesta e Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), entre outras.
Durante a campanha serão realizados uma série de eventos com distribuição de panfletos nas principais ruas da cidade e palestras educativas, alertando que no período de estiagem as queimadas causam um aumento de 20% nos atendimentos junto à rede básica de saúde. E as principais vítimas são as crianças e os idosos que sofrem intoxicação por inalação de fumaça.
Outro foco de campanha é alertar que a queimada se constitui em crime ambiental (conforme Lei Estadual 9.605/98 – com pena de dois a quatro anos de reclusão) que cresce no inverno. Nesta época a temperatura mais baixa, ventos mais fortes e o clima seco, com menor volume de chuva, tornam o ambiente propício ao surgimento de um maior número de focos de incêndio. A idéia é trabalhar em parceria com os principais meios de comunicação e todas as formas de aproximação com a comunidade para diminuir o índice de queimadas.
O capitão do Corpo de Bombeiros, Edson Winckler revela que a maioria das vezes o fogo tem início de forma intencional, de ação humana, principalmente para a limpeza de terrenos. “A população deve estar consciente dos perigos causados pelas queimadas. Uma simples bituca de cigarro jogada à beira de áreas verdes pode provocar incêndios de grandes proporções, que trazem danos não só à nossa rica fauna e flora, como também ao ser humano”, coloca o policial.
Os animais
Também o professor/doutor Carlos Roberto Teixeira, responsável pelo Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (CEMPAS), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu aponta que é grande o número de animais silvestres que dão entrada no hospital com ferimentos causados por queimadas criminosas que ocorrem com relativa frequência, na zona rural do Município e na região.
De acordo com Teixeira, as queimadas quando não afetam, diretamente, os animais, fazem com quem eles deixem o habitat natural para escapar do fogo e muitas vezes acabam sendo atropelados ao atravessar estradas ou invadindo residências na área urbana. Alguns morrem no próprio local do acidente. Grande parte dos animais atropelados e mortos está em vias de extinção.
“É comum recebermos animais como lobos guarás, cachorros do mato, tamanduás, tatus, veados, cobras, aves, entre outros, com fraturas causadas por atropelamentos nas estradas. Alguns nós conseguimos salvar, mas outros, infelizmente, não. Também não são raros os casos de animais que, em razão das queimadas, acabam intoxicados por inalação de fumaça, dentro das suas tocas”, frisa o professor da Unesp.