Fotos - Cesar Culiche
O novo local substituirá a Camim, instalada até então em um imóvel alugado Rua Capitão Tito [nº131, próximo ao Terminal Rodoviário], e atende à Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída em 2009
Contando com a presença de várias autoridades municipais e de familiares do homenageado foi inaugurado nesta terça-feira (28), a sede própria do Espaço Acolhedor “Milton Francisco de Oliveira”, localizado na Avenida Paula Vieira, nº 489 – Vila Ema. O homenageado foi um dos maiores criadores conservacionistas do país e seu nome foi sugerido pelo próprio prefeito João Cury Neto.
O novo local substituirá a Central de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante (Camim), instalada até então em um imóvel alugado Rua Capitão Tito [nº131, próximo ao Terminal Rodoviário], e atende à Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída em 2009.
Poderão ser atendidos 25 usuários, de ambos os sexos, através de acolhimento temporário. Para pessoas em trânsito este atendimento não deverá ultrapassar cinco dias úteis. Já para o munícipe em situação de rua a permanência poderá ser de até seis meses. O funcionamento é ininterrupto, ou seja, 24 horas.
As pessoas terão acesso à alimentação, higienização de vestimentas pessoais, cuidados básicos da higiene pessoal, documentação civil, visitas lúdicas, encaminhamento para capacitação ao mercado de trabalho e a serviços de saúde, reinserção familiar, fornecimento de um endereço institucional para utilizar como referencia e outras necessidades detectadas pelo assistente social.
No prédio há refeitório, cozinha, banheiros masculino e feminino, área de serviço, despensa, sala de guarda volumes, sala para coordenação e administração, quartos feminino e masculino, área de lazer. Foi construído com acessibilidade de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O acesso ao serviço é através de encaminhamento da rede intersetorial do Município, Ministério Público, demanda espontânea, busca ativa, Rodovias do Tietê, SP Vias, Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal.
A construção teve a participação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, que liberou R$ 300.000,00 através de convênio com a Prefeitura de Botucatu. O restante aplicado, no valor de R$ 532.952,44, foram recursos próprios do Município, bem como a aquisição de equipamentos.
Pessoas assistidas
Chegam ao Camim pessoas de diferentes faixas etárias e parte dos assistidos vêm de diferentes regiões do País e trazem os mais variados problemas. Como não têm recursos ficam por alguns dias e vão embora. Recebem quatro refeições por dia e conforme o caso, passagens para que retornem aos seus locais de origem.
O contingente maior de atendimento está nas pessoas sob dependência de substâncias psicoativas (álcool e, principalmente, o crack). Outro problema enfrentado pelos funcionários é que não são raras às vezes em que pessoas procuradas pela Justiça procuram a entidade. Em razão disso existe uma parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM) que faz uma triagem e o rastreamento das pessoas.
Também constam casos de pessoas que saem dos seus estados em busca de uma vida melhor em São Paulo e acabam se espalhando pelo interior, chegando até Botucatu. O problema é que a maioria não tem qualificação, não consegue emprego, passa a morar na rua e busca ajuda. Eles recebem atendimento, são alimentados e tomam banho. Alguns ficam algumas horas enquanto outros passam dias, até que retornem para suas cidades ou estados de origem. Cada pessoa tem uma história de vida diferente. Por isso, cada caso é tratado isoladamente.