Botucatu, quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025

Cidade / Geral
10/01/2019

Conservacionista de Botucatu tem 47 anos dedicados à preservação do curió



José Franco aponta que qualquer pessoa pode se dedicar a criação de aves silvestres, desde que siga algumas exigências básicas e seja, devidamente, autorizada pelo Ibama

 

Botucatu já foi considerada uma Cidade conhecida como um verdadeiro celeiro de criação de curiós de competição, ave bastante apreciada e valorizada por criadores conservacionistas espalhados por todo Brasil. Foi em Botucatu onde se formaram aves vencedoras de campeonatos paulista e brasileiro.

Entre os mais conhecidos criadores conservacionistas da Cidade está José Franco, que tem 75 anos de idade, sendo 47 deles dedicados a criação desta espécie de ave. É um dos sócios fundadores da Associação Ornitológica de Botucatu (AOB), em 1989, e foi presidente em duas ocasiões. Hoje a AOB encontra-se desativada.  Através dessa Associação muitos campeonatos paulista e brasileiro foram realizados em diferentes pontos da Cidade, com autorização e fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Produtos Renováveis – Ibama.

Franco lembra que Botucatu fazia parte do calendário oficial anual das federações Paulista e Brasileira e recebia os melhores pássaros trazidos de diferentes regiões do País para competir em várias categorias de canto e fibra.  Os campeonatos se constituíam em uma verdadeira confraternização entre os criadores brasileiros que movimentavam o comércio e a rede hoteleira da Cidade.

“Infelizmente Botucatu não realiza mais campeonatos, pois os criadores mais antigos e tradicionais, onde me incluo,  por motivos diversos que não vale a pena comentar aqui, se afastaram e ao longo dos anos faltaram as peças de reposição de pessoas que se dedicassem para manter uma diretoria atuante na Associação e promover essa reunião nacional de criadores. E tem mais:  a Associação sempre foi um ponto de encontro dos passarinheiros da Cidade.  Aliado a isso temos também a facilidade de resolver os problemas pela internet ou comparecendo junto a regional do Ibama instalada no prédio do Poupatempo Ambiental, no Jardim Paraíso”, colocou o conservacionista.

Outro detalhe é que Franco foi o responsável pela soltura de diversos curiós na natureza. Isso porque os pássaros que não assimilavam o canto ou a fibra eram descartados e libertos, geralmente, às margens de rios e represas. “Não saberia precisar quantas aves eu soltei, sempre tendo o cuidado de observar se elas encontrariam alimento com facilidade. Todas as que ganharam a liberdade estavam em perfeita saúde para serem reintroduzidas na natureza”, relata Franco.

O criador aponta que qualquer pessoa pode se dedicar a criação de aves silvestres, desde que siga alguns requisitos básicos e seja autorizada pelo Ibama. “Se constitui em crime federal manter qualquer espécie de ave silvestre em cativeiro, sem a devida autorização do Ibama. Por isso, a pessoa deve se cadastrar e ficar legalizada junto ao Ibama, mantendo em seu plantel somente os pássaros, devidamente, anilhados. A anilha (anel) colocada no pé da ave quando filhote, contendo seus dados, é como se fosse um RG ou um CPF”, observa Franco. “Criar pássaros não é proibido desde que a pessoa seja, devidamente, credenciada junto ao Ibama”, complementou o criador conservacionista.   










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