Dennis veio a entrar em óbito após passar por uma intervenção cirúrgica
Embora tenha perdido a causa na Vara Cível de Botucatu, que entendeu improcedente a ação em decisão monocrática, o pai apelou dessa decisão ao Tribunal e conseguiu que a decisão fosse revertida e reformada
Depois de travar uma batalha judicial por vários anos (desde 2012), o industriário e estudante do 4º ano de Direito, Marcos Soares Batista de Oliveira conseguiu um vitória no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJESP) que condenou a Prefeitura Municipal de Botucatu a pagar uma indenização pelo morte de Dennis Willian Soares, na ocasião com 18 anos de idade.
A ação de Oliveira denuncia o Pronto Socorro Regional, na Vila Assunção, por negligência médica e omissão de socorro. O caso aconteceu em agosto de 2012 e causou grande repercussão na região.
Embora tenha perdido a causa na Vara Cível de Botucatu, que entendeu improcedente a ação impetrada em Botucatu em decisão monocrática, Oliveira apelou dessa decisão ao Tribunal de São Paulo e conseguiu que a decisão fosse revertida e reformada, com votação unânime do colegiado.
“Jurei que faria justiça. Sofri, chorei muito, mas estou feliz. A condenação foi muito pequena ao meu ver e deveria ter sido bem maior. Não paga nem o que eu gastei com minha Faculdade de Direito que fiz para fazer justiça ao meu filho, mas nunca foi uma questão de dinheiro. Estou me sentindo com a alma lavada e cumpri minha promessa com meu filho de fazer justiça. Prometi e cumpri! Até que enfim!”, desabafou em seu Facebook.
E complementa: “Estou me sentindo feliz, principalmente, por provar a minha inocência na morte do meu filho e acima de tudo por poder provar que a Prefeitura de Botucatu foi a culpada pela morte de meu filho que poderia ter sido evitada. Obrigado meu Deus! Obrigada Nossa Senhora Aparecida, do fundo do meu coração!”
Relembrando o caso
Uma família viveu um drama em Botucatu, quando reclamou da demora pelo diagnóstico preciso e pelo atendimento especializado, que teria provocado a morte do jovem Dennis Willian Soares, de 18 anos. Morte aconteceu em agosto de 2012.
No dia dos fatos Dennis Willian Soares, de 18 anos, passou mal e durante a noite ele piorou e não conseguiu dormir por causa de dores na barriga. No domingo (dia 12), Marcos foi com o filho ao Pronto-Socorro Municipal. O jovem foi avaliado pela equipe da unidade e recebeu uma pulseira verde, que indica que o caso não é grave. Depois de esperar por mais de três horas, eles voltaram para casa, sem atendimento.
Como não tem carro, o pai precisou ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que teria informado que não poderia atender por não ser um caso de urgência. No começo da noite, o rapaz foi levado ao Hospital das Clínicas de Botucatu por uma ambulância da prefeitura.
"Cheguei à Unesp e ele já entrou em parada cardiorrespiratória. Foi entubado e poucos minutos depois já veio a notícia de que o estado dele era gravíssimo. Aí ele foi operado e os médicos falaram que ele tinha risco de morte, que ele ia ser operado, mas não tinha mais o que fazer”, lembrou o pai, que passou os últimos anos buscando uma explicação pela demora no atendimento, que custou a vida do filho.
O pai disse ainda que ele morreu por complicações no intestino. A assessoria de imprensa da prefeitura de Botucatu, na ocasião, informou que o município não iria se manifestar sobre a morte, já que a gestão do Pronto-Socorro Municipal é feita pelo Hospital das Clínicas que, em nota, apontou que a morte do rapaz foi causada por quadro de isquemia intestinal, hemorragia interna e perfurações no intestino.