Através do Facebook muitas mães relataram problemas que os filhos tiveram com o medicamento, outras, porém, afirmaram que sempre administraram o remédio e nunca tiveram problemas
O desabafo da jornalista e corretora de imóveis Valéria Cuter em seu facebook, na noite desta segunda-fera sobre a reação a um medicamento para gripe e refriado dado à filha de 13 anos gerou grande repercussão nas redes sociais. Foram milhares de curtidas e comentários com mais de 68 mil compartilhamentos (até 03/04/17). O interessante foi a interação de milhares de pessoas (principalmente mulheres) comentando sobre o assunto e trocando experiências, via internet, de diferentes regiões do Brasil.
Ela conta com que administrou o xarope Decongex Plus, que é extremamente conhecido e vendido livremente, não sendo necessário receita médica para ser comprado, em razão de a filha apresentar um início de gripe. Pouco depois a menina passou mal, desmaiou e foi encaminhada à Pediatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), onde foi medicada. Porém voltou a passar mal e foi internada para realização de uma bateria de exames (sangue, urina, eletrocardiograma, raio-x, eletroencefalograma e tomografia computadorizada) e todos eles deram resultados absolutamente normais.
A equipe médica que a atendeu apontou que a causa do problema estava no remédio que não é receitado, nem recomendado pelos médicos daquele hospital que é um dos maiores centros de pesquisas científicas do Brasil. Os exames comprovaram que o mal estar foi causado pelo medicamento e muitas crianças já apresentaram sintomas adversos após sua ingestão. Através do Facebook milhares de mães relataram problemas que outras crianças também já tiveram com esse medicamento. Outras, porém, afirmaram que sempre administraram o remédio e nunca houveram efeitos colaterais.
“Fiquei impressionada com a repercussão, pois minha intenção foi apenas fazer uma alerta sobre o que aconteceu com minha filha ao meu grupo de amigos. Entretanto, a coisa ganhou dimensão imensa e milhares de pessoas interagiram e ainda estão interagindo e os comentários não param”, disse Valéria. “Esse medicamento é contra-indicado naquele hospital em razão de seus efeitos colaterais. De acordo com os médicos ele pode ocasionar desde mal-estar e queda de pressão, à paradas cardio-respiratórias, fato que me causou pânico, uma vez que é um medicamento tão comum disponível nas farmácias e drogarias e vendido livremente para amenizar sintomas de gripes e resfriados”, disse a jornalista.
“É evidente que cada organismo reage de uma forma e não quer dizer que acontecerá com todos que fizerem uso dele, porém, fica aqui o meu depoimento em tom de alerta à todos! Eu, desde sempre, levei periodicamente minha filha ao pediatra, nunca faltei a uma consulta sequer. Hoje ela tem 13 anos de idade, pesa 60 kg e nunca teve outro problema de saúde que precisasse de internação. Ela está em plena fase de crescimento e como teve um inicio de resfriado tomou uma única dose do medicamento que estava na data de validade, e, até então, era comum na minha casa e sempre foi prescrito pelo pediatra para sanar os sintomas dos resfriados. Vivemos momentos de muita tensão por conta deste medicamento e não desejo pra ninguém o que passamos nesses dias de aflição”, disse em seu texto no Facebook.
Para finalizar a jornalista agradece a toda equipe que a assistiu nesses dias. “Tenho muito agradecer ao Corpo de Bombeiros, equipe Pediátrica do Pronto Socorro da Unesp, todo corpo clínico formado por profissionais dedicados, respeitosos, atenciosos, humanos. Recebemos muito carinho de todos! Agradeço a equipe de segurança, limpeza, administração, funcionários responsáveis pelos exames, enfim, a todos que cruzaram nosso caminho neste período tão difícil e cansativo. Estar num hospital com quem amamos, doente, não é nada fácil e só quem passa por esta situação sabe o que estou dizendo. Deus abençoe todos vocês! Minha filha está em casa novamente e bem. Gratidão sem fim!”.