Fotos: Valéria Cuter
O caçador legal procura controlar o aumento desses animais que prhejudicam a fauna e a flora devastam lavouras e nascentes, comem sementes e brotos atrapalhando a recuperação florestal e pequenos mamíferos, aves, ovos e outros animais, podendo causar extinção de espécies
O advogado, instrutor de armamentos e tiros credenciado pela Polícia Federal, especialista em controle e manejo ambiental, Mardqueu Silvio França Filho esteve em Botucatu neste final de semana a convite do Clube de Tiro da Tactical Shoot e apoio da Companhia Brasileira de Cartuchos – CBC, para ministrar palestra sobre o abate legal do javali, animal exótico que está introduzido na natureza e em virtude do aumento desenfreado de sua população.
Equipe de Mardqueu possui treinamento especializado para o manejo do animal, com autorização do Exército para portar armamento e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para evitar a superpopulação desse animal que prejudica nascentes, a fauna e a flora e vive em bandos que devastam lavouras.
Também comem sementes e brotos, que atrapalha a recuperação florestal e pequenos mamíferos, aves, ovos e outros animais, podendo até extinguir espécies. Isso sem falar dos problemas sanitários, já que podem ser contaminados com raiva pela mordida de morcegos e transmitir a doença para outras espécies. Em algumas regiões são considerados uma praga. Com o descontrole populacional, o Ibama publicou em 2013 uma normativa que regulamenta o controle da espécie.
“Me interessei pela causa, tornei-me um caçador legal e faço parte do grupo de controle. Não é qualquer pessoa que pode fazer isso. É necessário autorização do Exército para ter a arma específica e do Ibama para realizar o manejo de fauna exótica invasora para controle”, explica Mardqueu. “Quem for pego de forma ilegal será autuado”, alerta o caçador legal.
A espécie, que é de origem do norte da África, Europa e Ásia, é considerada agressiva, muito inteligente e se reproduz com facilidade. Chegou a América do Sul porque alguns criadores trouxeram os animais para criar em cativeiro e realizar caça esportiva, mas houve várias fugas e os javalis começaram a procriar fora do cativeiro em todo o Brasil. De acordo com o Ibama, o trabalho de controle do animal é dificultado pela rapidez com que esses animais se reproduzem. Cada um solto na natureza, em três anos, se transforma em 100 e muda constantemente de local, chegando a caminhar 30 km numa noite em busca de alimento chegando a derrubar 100 pés de milho.
Para o empresário do Clube de Tiro da Tactical Shoot, Marcelo Danfenback, o objetivo de fazer o convite para que o caçador legal viesse a Botucatu foi em razão das dúvidas, ideias equivocadas, sugestões e conclusões absurdas feitas sobre esse assunto para que as dúvidas fossem sanadas.
“Em parceria com o Mardqueu que já exerce essa função de controle do javali, devidamente cadastrado em todos os órgãos fiscalizadores e apoio da Companhia Brasileira de Cartuchos - CBC, pudemos realizar essa palestra em Botucatu”, explicou Danfenback. “Pensamos em algo inovador para nossa cidade e região, no sentido de orientar, prestar esse serviço de consultoria a todos nossos atletas, amigos, donos de propriedades rurais, que querem e precisam de ajuda contra essa praga que infestou nossa região”, complementou.