Docentes e estudantes de diversos países debatem “saúde única” em Botucatu

O evento reuniu professores, alunos e pesquisadores de áreas diversas para a discussão de questões envolvendo fatores ambientais, sociais, econômicos no impacto das enfermidades humanas e animais

 

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, recebeu o “Brazil One Health Workshop - An interdisciplinary approach to solving problems at the interface of human, animal and environmental health and providing economically sustainable solutions”.

O evento reuniu professores, alunos e pesquisadores de áreas diversas para a discussão de questões envolvendo fatores ambientais, sociais, econômicos no impacto das enfermidades humanas e animais, utilizando a abordagem interdisciplinar própria do conceito de One Health (saúde única).

Foram 150 participantes inscritos, incluindo alunos e docentes da FMVZ e da University of Saskatchewan, no Canadá, parceiras na realização do evento, e de outras unidades da Unesp e instituições de ensino e pesquisa do Paraná e da Bahia, além de profissionais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Ao todo, 16 estudantes estrangeiros, de países como Alemanha, China, Peru, Nigéria, África do Sul e Reino Unido, participaram do workshop. Além de áreas vinculadas à saúde como Medicina, Biologia e Medicina Veterinária, também participaram especialistas em áreas como comunicação e economia.

A partir da formação de grupos de trabalho, os participantes buscaram debater e pensar soluções para temas complexos sugeridos pela organização do workshop, sempre buscando um olhar interdisciplinar. Os docentes atuaram como facilitadores das atividades. “É preciso uma abordagem interdisciplinar para solucionar questões complexas. Nosso objetivo foi introduzir essa abordagem aos participantes”, comentou o professor Vikram Misra, da University of Saskatchewan, especialista em virologia e biologia molecular.

Ele fez um balanço positivo do trabalho executado pelos grupos. “Nós demos aos estudantes problemas de resolução muito complicada. Apresentar soluções que funcionem e deixem todos os envolvidos satisfeitos e comprometidos é realmente muito difícil. E todos os grupos fizeram um trabalho maravilhoso em apenas quatro dias. Quando temos grupos de trabalho com especialistas de diferentes áreas, são necessárias duas coisas: humildade para perceber que você não sabe tudo, e respeito pelas outras áreas, que podem ter diferentes modos de olhar para os problemas”.

Coordenadora local do evento, a professora Jane Megid, do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da FMVZ, também avaliou positivamente o workshop. “Os grupos eram formados por brasileiros e estrangeiros e o trabalho fluiu extremamente bem. As apresentações conseguiram focar os pontos importantes, situar os problemas em seus aspectos culturais e sociais e sugerir soluções viáveis, considerando o aspecto econômico”.

Para a docente da FMVZ, o evento, já em sua terceira edição, situa a Unesp num patamar diferente em termos de internacionalização. “O fato de termos alunos e professores de diferentes países é extremamente importante. Para nossos graduandos, pós-graduandos e residentes é uma oportunidade para conhecer a realidade de outros países e problemas que acontecem em nível mundial e para trocar informações sobre a possibilidade de colaboração com universidades estrangeiras”. O professor Misra concorda com sua colega brasileira. “Em poucos anos, esses estudantes serão líderes e estarão tomando decisões importantes. Um dos objetivos desse programa é ajuda-los a construir uma rede de contatos internacional e interdisciplinar que poderá ajuda-los no futuro”.

A visita dos estudantes estrangeiros fez parte de um programa denominado Programa de Treinamento Integrado em Doenças Infecciosas, Segurança Alimentar e Políticas Públicas (ITraP), sediado na University of Saskatchewan. Segundo o professor Misra, o próximo objetivo do programa é desenvolver ações junto ao governo canadense que ele possa ser continuado e expandido para outras regiões.

Segundo a professora Jane Megid, existe a possibilidade da Unesp se integrar como um membro efetivo do programa. “Eles selecionam alunos de diferentes países para fazer cursos e aprenderem a abordagem interdisciplinar em única saúde. Seria uma ótima oportunidade de atividade de intercâmbio para nossos estudantes”. O evento teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Da Assessoria