Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Esporte / Saúde
28/06/2017

Botucatuense Nenê Guanxuma vestiu a camisa de vários times brasileiros



Por todas as equipes que passou sempre apresentava um futebol com muita determinação e era um atacante agressivo que obedecia a determinação tática e técnica estabelecida pelo seu técnico

 

Por Jair Pereira de Souza

Especial para o Alpha Notícias

 

Éderson José Martins, mais conhecido como Nenê Guanxuma,  filho do “Véio Guanxuma”, que foi um mito no futebol botucatuense. Nenê por todas as equipes que passou sempre apresentava um futebol com muita determinação e responsabilidade. Era um atacante agressivo que obedecia a determinação tática e técnica estabelecida pelo seu técnico.

Por ser este tipo de jogador e pelas suas qualidades, em todas as equipes que passava sempre se tornava o principal jogador e muito querido por todas as torcidas. Em entrevista ao Alpha Notícias, Nenê conta um pouco de sua carreira  e fatos que viveu no futebol profissional.

 

Primeiros passos

“Vivi numa época privilegiada de anos dourados do futebol que foi na década de 60 e 70. Em Botucatu a gente se divertia com a natureza, rios para nadar, pescar, muitos pomares e brincadeiras. Este lado foi muito saudável pra gente. Havia muita paz e tinha aquilo que a gente mais gostava de fazer:  jogar futebol. Só para recordar,  ali aonde é o posto do Berimbau tinha o campinho do Zé Haroldo, na Unifac o Campinho da Vila Antártica onde jogavam o Cal Romagnoli, Zé Ito, Julinho, entre outros. Tinha também o Campo do Meneguela, onde jogava os mais adultos e ficava na Fercal, na Rua Major Matheus. Tinha o campinho Brasil, esse era sensacional muito frequentado pela garotada: Paulo Chixa, Zequita, Ademir Fioreto, toda a garotada do Bairro frequentava ali, ao lado do Hospital Sorocabana, com um gramado triangular e fizemos dele um campinho que a gente chamava de graminha. Também jogávamos no campinho da Vila Pinheiro.  Nessa época eu tinha de 10 a 12 anos. A partir dos 13 anos comecei também a jogar no campo da AA Ferroviária, onde disputei o meu primeiro campeonato infantil e fomos campeões, com o técnico e ex-goleiro Galvani. Depois saí da AA Ferroviária e fui para a AA Botucatuense a convite de meu pai que trabalhava lá com o amador e fui campeão juvenil, com 15 anos, isso porque eu já tinha uma qualidade boa”.

 

Campeonato Amador

“Joguei apenas dois anos como amador e não fui campeão. Foi um período maravilhoso. Lembro que fiz grandes jogos nesse pouco tempo com grandes craques como: Nivaldinho, Ciciá, Zé Ito, Zé Airton, meu irmão Edson que jogava muito só que infelizmente teve que encerrar a carreira por causa de uma contusão grave no joelho. Tive a felicidade de jogar com grandes talentos do futebol de Botucatu, como Toninho Santana que era um volante de muita qualidade”.

 

Zé Ito e Pelé

“O jogador com quem atuei e considero o melhor foi o Zé Ito. Jogador diferenciado, com muita técnica e era bonito vê-lo jogar. Tenho um momento memorável com o Zé Ito quando jogávamos no Guarani de Campinas. Foi num jogo contra o Santos na Vila Belmiro. Ele recebeu uma bola no meio do campo e ameaçou dar um lançamento e Pelé estava na sua frente para dar o combate e esticou a perna para travar a jogada só que ele não lançou,  mas deu uma caneta no Pelé,  pegou a bola do outro lado e saiu jogando. Imediatamente Carlos Alberto Torres o capitão da seleção de 1970 veio pra cima do Zé Ito e disse: “Ei moleque você está muito abusado abaixa a bola!” . Ele deu a dura no Zé Ito e o Pelé repreendeu o Carlos Alberto e disse: “Deixa o garoto jogar”. Após isso o jogo transcorreu normalmente e numa outra jogada no meio do campo agora quem recebeu a bola foi o Pelé e ele viu o Zé Ito próximo dele e esboçou uma jogada que levou o Zé Ito abrir as pernas e lógico sua intenção era dar o troco e devolveu a caneta no Zé Ito. Eu estava ali dentro de campo neste jogo e pude presenciar esse momento inesquecível que vivi ao lado deste que foi um dos maiores talentos do futebol de Botucatu”.

 

O pai, Véio Ganxuma

“Meu pai sempre foi meu grande espelho. Como jogador em Botucatu não dá para fazer concorrência com ele. Vi pouco meu pai jogar, até joguei com ele. Com a idade já avançada ele entrava e desequilibrava, pela sua técnica e forma de jogar. Onde eu via falar de Guanxuma, diria assim: era como um mito. Em Jaú aonde ele jogou pelo XV, deixou uma história que foi escrita com o futebol dele, por isso não há como se comparar, não tem como. Foi pela linda carreira que meu pai construiu que fui influenciado a ser jogador de futebol. Ouvia as pessoas falarem bem dele e isto despertou em mim a vontade muito grande de um dia ser jogador profissional. Ele sempre me deixou a vontade e em nenhum momento quis induzir minha vida para ser jogador. Sua cobrança para comigo foi sempre estudar. Sempre me dizia:  “você só vai jogar bola se estudar e tirar nota boa”. Essa era a maior preocupação dele. Cheguei a jogar contra o time de meu pai que pedia para seus jogadores me marcar e chegar junto em mim. Assim era meu pai que sempre agiu comigo de uma forma natural”.

 

Adolescente no Santos

“Assim fui evoluindo no futebol e com meus 15 anos meu pai me chamou e perguntou se eu queria ir treinar em algum clube, isso porque já via em mim algumas qualidades. Respondi na hora que ele quisesse eu iria. E ele me levou para fazer teste no Santos. Fomos com o Nardinho que jogava na Portuguesa Santista que nos levou de Karmann-Ghia, carro top do ano. Fui eu e o Sergio Maschetti. Chegando em Santos fomos fazer um turismo na praia e o treinador das categorias de base disse que iria nos colocar para treinar contra o time principal do Santos. Na ocasião ele disse: “quero ver se vocês são bons mesmo”. Confesso que tremi, minhas pernas tremiam e batia o queixo. Pensei: “vou jogar contra o maior time do mundo”. Naquele dia o Pelé não estava, mas eram aquelas feras que eram chamados por Fiori Gigliotti como os monstros sagrados do futebol,  que ouvia pelo radio. Eu, com 15 anos de idade, me vi ali jogando contra esses caras. Não consegui pegar na bola, as pernas tremiam e ficaram bambas. O sistema nervoso acabou comigo. Até hoje considero injusto o que fizeram comigo. Neste teste, eu tinha apenas 15 anos, vindo do interior que nem televisão tinha. Ouvia falar no rádio deste grande time do Santos e me colocam para fazer teste contra esses jogadores. Deu no que deu: não passei”.

 

Primeiro contrato

“Logo após essa experiência difícil  no Santos não desisti e nem desanimei, pois  sabia do potencial que tinha para continuar tentando.  Voltei para Botucatu e continuei jogando meu futebol e o XV de Piracicaba se interessou por mim. Lá  jogava lá o Cid Corvino que era de Botucatu. Fiquei lá 15 dias mas nesta época o XV parou com suas atividades. O presidente D’ Abronzo que era dono da empresa Tatuzinho deixou a presidência e, praticamente, acabou o time. O preparador físico do XV que era o Pedro Pires de Toledo foi para o Guarani e me indicou para o Zé Duarte que era o técnico. Por causa desta indicação o Zé Duarte veio para Botucatu assistir um treino e levou eu, o Sabarazinho, o Ademir Fioreto e o Zé Ito. Nós quatro fomos juntos para o Guarani,  fizemos o teste e fomos aprovados. Depois por este contato com o Zé Duarte meu pai levou o João Marcos que também ficou no Guarani e acabou chegando no Palmeiras e Seleção Brasileira. Quando cheguei no Guarani tinha idade para jogar no juvenil mas me colocaram no juniores e depois de um ano subi para o profissional, para disputar o Campeonato Paulista da Série B. Naquele ano o Guarani subiu para a serie A, e pude ajudar a subir com vários gols de minha autoria. Depois acabei indo para o Botafogo de Ribeirão Preto que me projetou para o futebol brasileiro. Fiquei dois anos e meio no Botafogo que também ajudei a subir da serie B para a serie A do Paulistão. Nesta época o Botafogo montou um grande time com o ataque formado por:  João Carlos Motoca, Sócrates, Geraldão e Nenê Guanxuna”

 

Clubes por onde atuou

“No futebol profissional atuei pelo Guarani de Campinas, Botafogo de Ribeirão Preto, Grêmio de Porto Alegre, Atlético Paranaense, Londrina, aonde cheguei na semifinal do Brasileirão e fui convocado para a seleção do Paraná. Depois vim para São José, outro time que ajudei a subir para a serie A do Paulistão. Na sequência vieram a Ponte Preta de Campinas, Operário de Campo Grande, onde fui campeão matogrossense e autor de 10 gols, Portuguesa de Desportos, Ferroviária de Araraquara que foi o ultimo grande time da Ferroviária, que tinha Mauro Pastor, Wilson Carrasco e Cardin. Com este time chegamos na semifinal do campeonato Paulista. Em seguida fui para o Bahia onde foi campeão baiano com um time de ataque muito forte jogava Bobô, Claudio Adão e eu. Também tive uma passagem rápida pelo Vasco da Gama e Comercial de Campo Grande. Joguei no Juventus e sofri uma lesão grave no joelho que, praticamente, acabou com minha carreira.  Quando tive esta lesão o Leão era o técnico do Sport Recife e queria me levar, só que não pude ir por causa desta lesão. No ano seguinte em 1988 o Leão foi campeão brasileiro pelo Sport Recife. Se não tivesse sofrido esta lesão poderia ter sido campeão Brasileiro. Depois disto joguei um pouco no Marília aonde encerrei minha carreira”.

 

Gols na carreira

“Não tenho o número de gols que fiz na carreira. No São José eles computaram 38 gols. Minha função em todos os times que joguei era servir o centroavante para fazer os gols. Fazia muito bem esta função e também sempre fazia meus gols. Era uma média de 6 a 8 gols por campeonato. Aos centroavantes que jogavam comigo, sempre proporcionava pelo menos 2 a 3 chances por partida para fazerem os gols”.

 

Experiência no sul

“Na época em que joguei no Grêmio, a diretoria mudava, constantemente, o time com novas contratações, porque sempre estava na fila buscando ser campeão. Por isso joguei lá apenas um ano e meio. Cheguei  sem conhecimento nenhum e ninguém me conhecia. Saí do Botafogo e fui pra lá e logo ganhei a posição de titular e nos “grenais”, que é o clássico entre Grêmio e Internacional. Eu era um jogador de destaque, fazia gols e ganhei o respeito da torcida. Sempre fui muito querido pela torcida do Grêmio. Nunca me esqueço quando entrava em campo para jogar neste clássico. De um lado a torcida do Grêmio era toda azul e do outro a torcida do Internacional toda de vermelho. Cada jogada que conseguia dar,  um drible, uma caneta, escutava o barulho da torcida. Aquilo arrepiava a gente e neste embalo você cresce na partida e fica difícil segurar. Vivi esta emoção deste que é um dos maiores clássicos do futebol brasileiro. Minha saída do Grêmio ocorreu porque eles contrataram o Ortiz que era da seleção Argentina e jogava na mesma posição que eu. Então,  os dirigentes me forçaram a ir para o Atlético Paranaense porque se  fico lá, seria uma dor de cabeça para o treinador e diretoria porque eu ia brigar pela posição. Então, fui para o Atlético Paranaense e a imprensa até publicou uma matéria dizendo “só por causa de um centímetro a mais de tamanho contrataram o Ortiz e mandaram o Nenê embora”.  Só que o Ortiz foi muito inferior do que eu, tanto é que no outro ano o Grêmio se desfez dele”.

 

Campeão pelo São José

“Atuando pelo São José, no segundo ano contribuí para a equipe a ser campeão da serie B e subir para a serie A do Paulista. Foi um dos melhores momentos da carreira. Quem quer ser um jogador bem sucedido, tem que ter uma visão, uma meta, pensar sempre em vencer. Digo que venci, pelo meu nível de futebol, por tudo que joguei e hoje posso dizer com toda a certeza que venci e procurava estar sempre focado, jogar com responsabilidade. Por isso, sempre fui muito bem visto por todas as torcidas por onde passei. Jogava para a equipe e não me preocupava em jogar para encantar. Tanto que os treinadores com quem joguei, com raras exceções, foram sempre dependentes da função tática e técnica que eu fazia dentro de campo. Quando cheguei no São Jose, no primeiro ano disputando a serie B do paulista, chegamos na final contra o Taubaté para subir na serie A e nesta final fui expulso e também o centroavante Tião Marino. O Taubaté, que é o maior rival do São José ganhou e subiu. Isso caiu sobre mim como um peso muito grande e o dono do jornal Vale Paraibano no seu comentário falou mal de mim dizendo que eu era pipoca. No ano seguinte renovei com o mesmo salário e falei que vim jogar pelo São José para ser campeão. Não estava pensando em dinheiro e continuei mais um ano lá. No inicio do campeonato quando pegava na bola a torcida gritava “pipoca, pipoca”. Esse era a coro de toda a torcida, influenciada por esse cara da imprensa. Em uma entrevista falei na rádio que ele tinha sido muito infeliz em falar que sou pipoca. Poderia até dizer me chamar de ruim de bola, que não jogo bem,  mas pipoca nunca fui. Muito pelo contrário. Sempre joguei com responsabilidade e naquele ano fui o jogador que mais jogou, fui o artilheiro da equipe, ganhamos na final de 4x2 no Pacaembu, participei de dois dos gols com dois passes e subimos pra a primeira divisão do Paulista. Quando chegamos a São José em cima do carro do Corpo de Bombeiros, a cidade toda estava nos esperando e nos carregou nos braços. Foi um momento ímpar na minha carreira que jamais vou esquecer. Em São José dos Campos tem o Museu do Esporte, com muitas coisas minhas e os gols que marquei. O jornalista que havia me criticado e me chamado de pipoca veio conversar comigo e me pediu desculpas, reconhecendo o erro que cometeu. Disse a ele para pensar melhor antes de falar alguma coisa de alguém, sendo ele um jornalista e não tem ideia o que passei para superar essa situação criada por ele. O jogador profissional tem que ter esse espírito de superação e quero até deixar um recado para aqueles que querem ser jogadores de futebol. Não é a torcida que faz o jogador, mas o jogador que faz a torcida”.

 

Gol inesquecível

“Um gol inesquecível que fiz jogando pelo Botafogo de Ribeirão Preto, contra o Santos, disputando o Campeonato Paulista foi um dos mais memoráveis por causa das pessoas que estavam envolvidas. O Pelé tinha ido conversar com o presidente dos EUA, todos os jornais estavam noticiando essa visita do Pelé e ele veio dos EUA de avião direto para Ribeirão Preto para jogar. O árbitro era o Armando Marques, o goleiro do Santos era o Cejas da Seleção Uruguaia, um dos maiores goleiros de todos os tempos. Logo no primeiro tempo saiu uma jogada com o Alexandre Bueno que fora da área do Santos, pisou na bola e puxou-a para traz. Vim de surpresa e na corrida, fora da área, bati de três dedos, no ângulo, sem chance para o goleiro. Esse jogo com esse gol foi um momento espetacular que vivi na minha carreira”.

 

Preparo físico

“Ao longo de minha carreira no futebol, procurava estar sempre bem fisicamente e me cuidava bastante. A carreira de jogador é muito mais complexa do que parece. Você pode ter uma lesão, estar voltando de uma lesão ou sentindo esta lesão e isso prejudica demais a parte física de um jogador. Tem jogador com técnica bastante apurada e consegue sobrepor essa deficiência. Confesso que não tinha uma alta técnica, era um jogador de velocidade, chutava forte, e tinha precisão nos passes. Me preocupava bastante em me adequar com a parte tática do treinador,  marcava o lateral, apoiava e ia na linha de fundo para fazer o cruzamento. Não era um armador como um Rivelino mas era bastante agressivo, veloz e rápido buscando fazer as jogadas para o centroavante fazer os gols. Por isso, para que pudesse render no futebol,  tinha que estar muito bem fisicamente. Essa sempre foi minha preocupação, cuidar da minha imagem e evitar me expor a esse tipo de situação extra campo. Esse é um fator preponderante na vida, não só do jogador, mas em qualquer outra atividade. Meu pai sempre me alertou para não me envolver em coisas erradas que poderia prejudicar minha carreira. Segui esse conselho e hoje estou aqui com saúde, ainda trabalhando no futebol que é a coisa que mais amo fazer e também curtindo a minha família”.

 

Amigos e técnicos

“Quando fui para o Grêmio fiz uma amizade muito grande com o Zequinha, ponta direita que também jogou na seleção Brasileira , no Botafogo do Rio de Janeiro e São Paulo. Com respeito a alguns dos técnicos com quem atuei, cito o Zé Duarte que na minha época comandava o Guarani. Tudo o que aprendi no futebol devo a ele que me ensinou como jogar sendo atacante e me deu toda formação técnica e tática dentro de campo. Outro técnico que eu tinha uma estima muito grande foi Ênio Andrade, meu técnico no Grêmio e quando joguei no Operário. Também o Castilho foi um técnico marcante na minha carreira”.

 

Jogar no exterior

“Tive quatro propostas para jogar no exterior, mas era sempre barrado pelo presidente do clube. Recebi proposta para jogar no México e também em Portugal. Se fosse jogador nos dias de hoje, pelo futebol e pela carreira que construí, por esse meu currículo, tinha um mercado tranquilo para jogar na Europa e no mínimo ficaria muito rico. No meu tempo não se ganhava tanto dinheiro, como hoje no futebol. Só pra se ter uma ideia, o que o Pelé ganhou na carreira inteira, Neymar ganha em um ano. Por esta comparação chegamos a conclusão que no meu tempo a gente ganhava muito pouco. Por isso, na carreira me sacrifiquei muito para que quando parasse de jogar pudesse ter uma estabilidade financeira. Esse é o segredo. Não ganhei muito mas procurei guardar o máximo”.

 

Receptividade da torcida

“Confesso que no inicio fiquei um pouco assustado, porque quando os jogadores desciam do ônibus, os torcedores gritavam: “vamos ganhar hoje, vamos lá Nenê vai ter que fazer um gol hoje”. A cobrança era muito grande e com o tempo fui me acostumando com toda esta cobrança e como sempre conquistava as torcidas por onde passei, sempre recebia elogios quando chegava nos estádios. Então isto fazia muito bem pra mim e dentro de campo não olhava muito para a torcida, procurava ficar sempre focado no jogo sem perder a concentração”.

 

Seleção Brasileira

“Cheguei a jogar na seleção brasileira de juniores em 1971 e quando jogava no São José estava muito bem e fui informado, num jogo contra o Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro, que o Telê Santana estava lá para observar alguns jogadores e tinha uma indicação do meu nome. Só que aconteceu uma coisa muito ruim comigo naquele jogo que prejudicou a minha convocação. Fui expulso aos 15 minutos do primeiro tempo numa jogada com o Luizinho que era zagueiro da seleção. Ele entrou na cobertura dando um carrinho e acabou me pegando. Revidei e pisei nele. Fiquei nervoso, estava de sangue quente e fui expulso. Foi um momento muito triste na minha carreira. Mas tive um momento memorável quando jogava pelo Londrina e fui convocado para jogar na seleção do Paraná, contra a seleção Brasileira que estava se preparando para a copa de 1978 na Argentina Este jogo foi no Couto Pereira estádio do Curitiba”.

 

Seleção do Nenê

“A seleção dos jogadores com que atuei seria: Carlos ou Leão, Edson, Ancheta, Beto Fuscão ou Ademir Gonçalves, Odirlei, Ademir Melo, Mário Sérgio, ou Mendonça, Zé Ito, Jorge Mendonça, Bobô, Zequinha ou Tarcisio, Nilton Batata, Sócrates, Claudio Adão e Tião Marino”.

 

Próteses no quadril

“Devido a profissão tive que colocar uma prótese no quadril, pelo desgaste que ocorreu, mas ainda jogo meu futebol quando sou convidado para algum evento, mas com muita limitação. Apesar de poder jogar, evito,  para não ter complicações futuras. Fui convidado para os 50 anos do Londrina e recebi honrarias neste evento. Também sou sempre convidado para ir a São José nos eventos, um lugar muito especial, onde recebi honrarias da Câmara Municipal como atleta da cidade que marcou época”.

 

Projeto social

“Tenho um projeto social em Botucatu que se chama “Camisa 11”  que esta sendo realizado no campo da Vila São Luiz, com treinamentos de terça e quinta feira com horário as 9h da manhã para quem estuda no período da tarde e as 16h para quem estuda no período da manhã e aos sábados das 9h da manhã até as 11h30 lá no Campo das Cerejeiras. Meus dois netinhos também participam recebendo treinamentos junto com toda as crianças. Fica aqui registrado que o “vovô Nenê” também esta treinando seus netos. Será que no futuro não serão grandes craques do futebol de Botucatu e do Brasil como foi José Martins o “Veio Guanxuma” e seu filho Nenê Guanxuma? Vamos aguardar pois ser bom de bola esta no DNA desta família. Este projeto também esta sendo realizado em parceria com AA Ferroviária e AA Botucatuense que cedeu seus campos de futebol suíço para a realização de competições. Jogos são realizados nos sábados no período da manhã, uma rodada na AA Ferroviária e outra na AA Botucatuense, com apoio da Prefeitura Municipal, cedendo arbitragem e as premiações. Aproveito para agradecer ao presidente da AA Botucatuense Jânio Gonçalves e da AA Ferroviária João Chávari por ceder os campos suíços para as realizações destes jogo”

 

Atuando como técnico

"Tive uma passagem rápida pelo XV de Jaú como técnico das categorias de base, até consegui ser campeão no Paraná na categoria de juniores e técnico do time principal do XV de Jaú, mas não dei continuidade preferindo ficar mais com a família e me dedicar a minha loja que fica ali na Rua General Telles, nº 378, denominada Deslumbrante. Como amo o futebol, estou com este projeto em Botucatu “Camisa 11”, para incentivar a pratica do futebol de campo. Minha ideia é ter vários centros de treinamentos em toda a cidade. Que as autoridades de Botucatu possam apoiar esse projeto. Hoje, com 64 anos de idade e grande experiência,  poderia dar minha contribuição para melhorar o futebol de campo em Botucatu”.










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