Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Esporte / Saúde
06/04/2019

Espécie raríssima de besouro venenoso é encontrada em Botucatu pela Unesp



Fotos - Divulgação

 

Com apenas 2 centímetros de comprimento e antenas longas, o besouro tem um corpo peludo em tons de marrom, preto e branco e ao invés de possuir um ferrão na cauda, o tem nas pontas das antenas, sendo a picada é bastante dolorosa

 

Equipe especializada do Instituto de Biociências (IB), da Unesp de Botucatu câmpus de Rubião Júnior está realizando um estudo sobre o aparecimento de um inseto conhecido como besouro escorpião (Onychocerus albitarsis), uma espécie que tem uma picada que pode inocular veneno e é muito dolorida.

O zoólogo Antonio Sforcin Amaral, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) diz que além de Botucatu, há registros do inseto também em Boituva. Nas duas cidades há casos de pessoas atacadas.  “A picada não é letal, mas causa dor forte, vermelhidão e coceira. Houve três casos relatados de picadas desse inseto e nenhum deles há relação com morte”, diz o especialista.

Amaral está se dedicando ao estudo desses primeiros casos no Brasil. “O besouro já era conhecido, mas só havia um registo de acidente causado por ele no Peru. O que aconteceu em São Paulo é inédito. Essa descoberta é importante pois muitas vezes uma pessoa picada por animal não consegue identificar o causador do acidente. Então é comum procurarmos atendimento médico sem saber o que nos picou”, explica.

Segundo Amaral ainda é preciso estudar mais sobre possíveis variações de toxinas entre sexos, já que nos casos registrados a mulher atingida teve manifestação dos sintomas por 24 horas. No homem, eles desapareceram na hora.  

Com apenas 2 centímetros de comprimento e antenas longas, o besouro tem um corpo peludo em tons de marrom, preto e branco. Ao invés de possuir um ferrão na cauda, o besouro-escorpião o tem nas pontas das antenas. A picada é bastante dolorosa. Todavia, o pesquisador ressalta que ela não coloca em risco a vida humana. Não é letal. Por isso não há motivo de pânico.

“A existência de um besouro peçonhento é surpreendente. Trata-se do único besouro capaz de inocular toxinas no mundo, e entender o processo evolutivo por trás desse fato é importante para estudos de diversas áreas da ciência”, diz Amaral. “Então, da perspectiva biológica, abre-se margem para entender como se deu o desenvolvimento das glândulas de toxina na ponta das antenas, um lugar incomum para se usar na defesa”, complementa.










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