Botucatu, quarta-feira, 30 de Abril de 2025

Política
20/03/2017

Deputado Eduardo Bolsonaro palestra sobre Segurança Pública em Botucatu



Fotos: Valéria Cuter

Parlamentar defende que o cidadão de bem possa exercer o direito de se defender por conta própria e aponta que com a lei do desarmamento,  muitos que tinham uma arma em sua casa entregou o que tinha para se defender e hoje é refém da criminalidade

 

Na noite desta segunda-feira, dia 20, o deputado federal Eduardo Bolsonaro esteve em Botucatu para ministrar uma palestra sobre Segurança Pública, enfocando entre outros assuntos, o desarmamento, maioridade penal,  audiência de custódia e sobre o atual cenário político do país. O deputado foi recebido por cerca de 300 pessoas na Chácara Pecus, no Jardim Tropical e  respondeu a vários questionamentos do público presente.

Bolsonaro defende mudanças no Estatuto do Desarmamento para permitir que o cidadão possa exercer o direito de se defender por conta própria e aponta que com a lei do desarmamento,  muitos que tinham uma arma em sua casa entregou o que tinha para se defender e hoje é refém da criminalidade.

“O Estado está falido e o cidadão está praticamente sozinho, porque a Polícia Militar, que faz o patrulhamento, não tem nem retaguarda jurídica para agir”, apontou,  sem deixar de criticar  o tratamento diferenciado dado por defensores dos direitos humanos a criminosos e policiais. “Os criminosos matam e são defendidos pelos representantes de direitos humanos, mas se um policial, que está no cumprimento do dever mata, ele é penalizado”, compara.

O deputado não esconde que anda armado. “Antes de ser deputado, sou policial federal e possuo porte legal de arma. Tenho o dever de proteger a sociedade e a mim mesmo, já que muitos colegas são atacados também fora de serviço. Sou contra o desarmamento.  Essa medida só fez desarmar o cidadão de bem. Prefiro morrer lutando a ver alguém cometer atrocidades dentro da minha casa sem poder fazer nada. O criminoso só respeita o que ele teme. Se o bandido souber que há um revólver em uma residência, pensará duas vezes antes de entrar lá.  Enquanto o cidadão de bem fica acuado, o bandido ri. A lei do desarmamento só beneficia bandido”, coloca.

Outra bandeira defendida por Bolsonaro é com a relação a maioridade penal. “Com 15 ou 16 anos o cidadão já sabe o que está fazendo, portanto a punição deveria ser aplicada não pela idade e sim pela barbaridade do crime cometido.  Com 16 anos o adolescente pode votar, pode fazer filhos, pode estuprar, pode traficar, pode roubar, sequestrar e assassinar cruelmente, porém não pode responder pelos seus atos e ser preso”, pondera o deputado.

Também o parlamentar é contra  a  Audiência de Custódia, que consiste na garantia da rápida apresentação do preso (no máximo  24 horas) a um juiz nos casos de prisões em flagrante. A ideia é que o acusado seja apresentado e entrevistado pelo juiz, em uma audiência em que serão ouvidas também as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado do preso.  Durante a audiência, o juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares.  Bolsonaro argumenta que a resolução tem vícios processuais, ao dispor sobre processo penal, além de administrativos, uma vez que impõe tarefas a outras repartições não ligadas ao Judiciário.

Voltando ao Estatuto do Desarmamento, a Câmara dos Deputados instalou uma comissão especial para debater o projeto que disciplina as normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munição. O projeto, defendido por Bolsonaro, visa a alterar o Estatuto do Desarmamento que definiu critérios mais rigorosos para a comercialização de armas. Confira as propostas de mudança:


Quantidade de armas
Como é: Civis podem ter até 6 armas.
Proposta do projeto: Passa para 9 o total de armas.

Quantidade de munições
Como é: O Estatuto fixa limite máximo de 50 munições por arma a cada ano.
Proposta do projeto: Até 600 munições por arma por ano podem ser compradas.

Antecedentes criminais
Como é: Quem solicita autorização para comprar armas não pode ter nenhum tipo de antecedente criminal.
Proposta do projeto: Processados ou condenados por crime culposo podem comprar armas. Só ficam proibidos condenados por qualquer tipo de crime doloso. Investigados por crime doloso contra a vida ou cometido com violência também não podem pedir autorização.

Publicidade de armas
Como é: A publicidade de armas só pode ser feita em meios especializados.
Proposta do projeto: Fica liberada a publicidade de armas em todo e qualquer veículo.

Registro das armas
Como é: O registro de posse de arma tem de ser revalidado a cada três anos.
Proposta do projeto: Uma vez obtido o registro, não é mais necessário renová-lo.

Idade do comprador
Como é: É necessário ter, no mínimo, 25 anos para comprar uma arma.
Proposta do projeto: A idade mínima para a compra diminui para 21 anos.

Comércio ilegal
Como é: A pena para comércio ilegal é de 4 a 8 anos.
Proposta do projeto: A punição ficará entre 3 e 7 anos

Porte de armas
Como é: O porte (usar arma fora de casa) para civil é proibido, sendo concedido apenas em casos excepcionais.
Proposta do projeto: Se preenchidos os requisitos, o civil terá direito de portar a arma. Os requisitos são ter curso básico de manuseio e iniciação ao tiro, atestado de pleno gozo das faculdades mentais, e não ter crime doloso.

Apreensões
Como é: Arma apreendida deve ser destruída.
Proposta do projeto: Destina as armas apreendidas ao Exército, aos órgãos de Segurança, aos museus, entre outros locais.

Polícia Federal x Polícia Civil
Como é: Somente a Polícia Federal faz os registros de armas de fogo de civis no país.
Proposta do projeto: As polícias civis dos estados também teriam competência, por delegação, de fazer o registro e autorização para porte de arma de fogo.










© Alpha Notícias. Todos os direitos reservados.