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07/12/2016

Ex-primeira dama troca vida de glamour por cela de penitenciária



Foto - Divulgação

Adriana vive uma rotina já conhecida pelo marido e ex-governador do Rio, Sérgio Cabral: uma cela no complexo penitenciário tem, em média, seis metros quadrados ornada apenas com chuveiro, cama, colchão e vaso sanitário, o chamado “boi”, orifício sem louça

 

Acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa pela força-tarefa da Lava-Jato, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo foi presa pela Polícia Federal nesta terça-feira e passou pelos procedimentos de rotina no ingresso no sistema prisional no Complexo Penitenciário de Bangu, onde, normalmente, ficam detidos os presos com nível superior, inclusive a carceragem feminina.

Ao lado do marido, viveu uma era marcada pela ostentação. Uma noite em um quarto de casal no hotel George V, em Paris, na França, onde se hospedaram custa em média R$ 3,8 mil. As suítes podem superar R$ 18 mil. Atualmente ela tem uma ficha no sistema, um uniforme de interna e um kit de higiene básico com sabonete, pasta e escovas de dente.

No poder, o casal percorreu endereços estrelados do mundo como o restaurante Louis 15, no Hotel de France, em Mônaco: "O melhor Alain Ducasse (chef de cozinha) do mundo", nas palavras do então governador. Na ocasião, Adriana foi presenteada com um anel de R$ 800 mil, pagos pelo empreiteiro Fernando Cavendish.

Agora, Adriana vai viver uma rotina já conhecida pelo marido e ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: uma cela no complexo penitenciário tem, em média, seis metros quadrados ornada apenas com chuveiro, cama, colchão e vaso sanitário, o chamado “boi”, orifício sem louça.

Um ambiente muito diferente do frequentado pela ex-primeira dama. Entre as unidades para mulheres, a Penitenciária Joaquim Ferreira de Souza é a mais inchada: tem 87% de presas a mais do que vagas, de acordo com levantamento publicado pelo EXTRA em maio.

A prisão de Adriana acontece 19 dias após a do marido Sérgio Cabral, apontado como líder do grupo que desviou ao menos R$ 224 milhões em obras com diversas empreiteiras. Sete dos dez maiores contratos de seu escritório, escritório Ancelmo Advogados, de 2008 a 2015, sete, no total de R$ 27,3 milhões, foram firmados com empresas que se beneficiaram durante o governo do marido de benefícios fiscais de quase R$ 4 bilhões. A ex-primeira dama é investigada pela Operação Lava-Jato por suspeita de usar seu escritório de advocacia e a compra de joias para receber propina.

Nascida em São Paulo e criada num prédio de classe média em Copacabana, Adriana estudou na Escola Municipal Roma e na Escola Estadual Infante Dom Henrique, onde foi uma aluna mediana. Foi na PUC que conheceu Régis Fichtner, seu professor no Curso de Direito. Procurador-geral da Alerj, em 2001, levou Adriana para ser sua assistente. Na casa legislativa, ela conheceu seu futuro marido, Sérgio Cabral.

Ao lado do marido, adotou uma postura pública discreta. Mas os interlocutores do governador a conheciam como uma mulher de temperamento forte, que usualmente interrompia as reuniões do marido. E eram famosas suas crises de ciúme. Na intimidade, Adriana era chamada de "Riqueza" pelo marido, em um apelido que sintetizava o estilo do casal.

Fonte: EXTRA










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