Quatro homens encapuzados, com blusas pretas, calças jeans e armados de pistola chegaram a pé em um bar da Estrada de Guarulhos-Nazaré, no bairro conhecido como Morumbizinho, atirando em direção às vítimas e das pessoas que estavam no estabelecimento, só o proprietário não foi atingido
Na madrugada desta quinta-feira (1), a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, virou palco de mais uma chacina. Dentro de um bar na periferia, as mesas de bilhar ficaram abandonadas, e as caixas de som, desligadas após a execução de seis pessoas - outras duas ficaram feridas.
Segundo contou uma testemunha à Polícia Militar, quatro homens encapuzados, com blusas pretas, calças jeans e armados de pistola chegaram a pé em um bar da Estrada de Guarulhos-Nazaré, no bairro conhecido como Morumbizinho, atirando em direção às vítimas. Das pessoas que estavam no estabelecimento, só o proprietário não foi atingido. Ele conseguiu correr e pular por uma janela.
Já Maria da Conceição Alves, de 55 anos, seu sobrinho Alecsandro de Jesus Alves, 37, Adelson Leite da Silva, 24, John Lennon Pires de Carvalho, 26, e Vanderlei Melo, 35, não puderam escapar e morreram no local logo após os mais de 20 disparos.
Outras três vítimas foram baleadas pelos homens encapuzados e encaminhadas para hospitais da região. Uma foi liberada no fim da manhã e outra segue internada com quadro de saúde estável. No entanto, no meio da tarde, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a morte da sexta vítima, Raul Gomes Cavalcante Ramos, 27.
"A gente não espera muita coisa da investigação, infelizmente, porque sabemos que nada vai trazer meu irmão de volta. Mas precisa ter mais segurança no bairro para que isso não se repita com outras famílias", desabafou a irmã de Vanderlei, Valéria Melo, 37. Ela contou que o irmão tinha uma empresa de obra terceirizada e havia levado os funcionários para o bar após receber um convite dos jovens. Valéria não soube dizer o nome dos funcionários.
Segundo o boletim de ocorrência, os suspeitos fugiram andando e não haviam sido identificados até o fechamento desta edição. A polícia encontrou cápsulas de pistolas calibre ponto 45 e 9 mm. A Polícia Civil investiga se a motivação do crime foi um ajuste de contas com relação ao tráfico de drogas. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), apenas uma das vítimas tinha passagem por roubo e porte de arma.
Ninguém preso
No ano passado, Guarulhos viveu cenário parecido. Na madrugada do dia 2 de janeiro, quatro pessoas foram assassinadas na frente de um bar, na Vila Galvão. Depois de mais de um ano do crime, a polícia não tem sequer informações concretas sobre os assassinos.
Procurada, a SSP informou à reportagem que o inquérito segue no setor de homicídios da cidade. "Foram realizadas diversas diligências, testemunhas foram ouvidas, mas ainda não foi identificada a autoria dos crimes", admitiu, em nota.
O caso aconteceu também durante uma madrugada, quando três homens desceram de um carro preto atirando contra quem estava no estabelecimento. A polícia, na época, não conseguiu encontrar projéteis ou cápsulas no local do crime. No dia da matança, moradores afirmaram que as execuções tinham ligação com a morte de um policial, ocorrida três dias antes, em 30 de dezembro de 2015.