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Regionais / Brasil
24/05/2018

Greve dos caminhoneiros contra alta do combustível atinge a todo País



Manifestantes exigem que as refinarias reduzam dos preços do diesel, Argumentando que desde o início de maio, o preço do diesel das refinarias (antes dos impostos) subiu 12% e o da gasolina 14%

 

Os caminhoneiros entraram nesta sexta-feira, dia 25, no quarto dia de manifestações contra o preço elevado dos combustíveis. A categoria faz atos de protestos em rodovias federais e a maioria das manifestações ocorre nos acostamentos, onde os caminhoneiros param os veículos em fila. A paralisação dos caminhoneiros tem provocado desabastecimento de combustíveis e de alimentos em diversos estados. Em Botucatu os caminhoneiros promoveram esta semana uma carreata com buzinaço e queima de pneus (foto).

Os caminhoneiros exigem que as refinarias reduzam dos preços do diesel. Desde o início de maio, o preço do diesel das refinarias (antes dos impostos) subiu 12% e o da gasolina 14%. Mas a estatal se recusa a rever a política, que considera “fundamental para sua estratégia de recomposição financeira e de imagem”.

O governo federal acenou com a possibilidade de zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), com o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis. Porém, o presidente da entidade que organiza o movimento dos caminhoneiros autônomos do país, Abcam, entidade representa cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos de um total de 1 milhão de motoristas no Brasil,  José da Fonseca Lopes, afirmou que a redução da Cide não é suficiente.

"Isso não resolve o problema, a gente quer ser ouvido. Queremos que os tributos no óleo diesel sejam zerados. A Cide representa 1 por cento dos tributos que incidem no combustível", disse Lopes em resposta a questionamento sobre a chance de a paralisação dos caminhoneiros ser suspensa.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que os protestos dos caminhoneiros estão gerando problemas pontuais no país, mas montadoras de veículos, incluindo General Motors, Ford e Fiat, um dos poucos setores da economia a apresentar recuperação vigorosa da crise, reportavam problemas logísticos ou paralisações de produção nesta terça.  

As manifestações também impactavam produtores de alimentos. Segundo a Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), oito fábricas de carne suína e de aves do Brasil estão paradas devido a problemas decorrentes dos protestos de caminhoneiros.

"Todo o sistema está comprometido, não tem como girar, o cara tem que parar a planta", disse o vice-presidente e diretor de mercados da ABPA, Ricardo Santin. A entidade representa mais de 140 agroindústrias e Santin estimou que outras 30 fábricas devem parar na quarta-feira.

A Cooperativa Central Aurora Alimentos, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos do país, disse que vai parar totalmente as atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, na quinta e sexta-feira, devido a problemas causados pela greve dos caminhoneiros.

Na mesma linha, o presidente executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, afirmou que todo o setor de animais vivos, de leite e o abastecimento em geral estão sendo muito afetados.

Com relação aos grãos, o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral, disse que por ora os protestos "ainda não afetaram o embarque e o esmagamento (de soja) de maneira generalizada, mas uma fábrica no Paraná pode suspender o processamento". Ele preferiu não dizer o nome da empresa.  "Estamos preocupados, mas ainda não houve problema para o abastecimento interno", disse Amaral. Ele ressaltou, contudo, que o fluxo do produto para os portos foi reduzido.

A última vez que os caminhoneiros promoveram protestos em âmbito nacional foi no início de 2015, quando exigiram redução de custos com combustível, pedágios e tabelamento de fretes. Os protestos paralisaram dezenas de rodovias em um movimento que afetou as exportações do país. Os caminhoneiros suspenderam o movimento quando o governo aprovou a chamada Lei do Caminhoneiro, que reduziu custos em rodovias com pedágios.

Fonte – Agência Brasil










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