Apesar do anúncio de trégua, caminhoneiros dizem que continuarão parados
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Líderes da categoria se mostraram receptivos à proposta de suspender a paralisação, mas a Abcam que representa 700 mil caminhoneiros, com 600 sindicatos espalhados pelo Brasil não assinou o acordo
Durante a madrugada e manhã desta sexta-feira, caminhoneiros autônomos que ainda permanecem parados nas rodovias dizem que apesar do acordo do governo e oito entidades da categoria por trégua de 15 dias, a greve não acabou. Os caminhoneiros pretendem manter a paralisação porque o acordo não atinge as suas principais reivindicações.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou por meio da sua assessoria de imprensa, que não assinou nenhum acordo com o governo para suspender as paralisações e não concorda com o eventual fim da greve da categoria. O representante da Abcam, José da Fonseca Lopes, negou o acordo proposto pelo governo de suspender a paralisação por um período entre 15 dias a um mês enquanto o governo continua trabalhando para reduzir o preço do diesel.
Lopes disse que outros líderes da categoria se mostraram receptivos à proposta de suspender a paralisação, mas ele se recusou e deixou o local antes do fim da reunião. A Abcam representa 700 mil caminhoneiros, com 600 sindicatos espalhados pelo Brasil.
“Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. Eu coloquei que respeito o que meus colegas pediram e estão sendo atendidos, que acho ser coisa secundária, e disse que vim resolver o problema do PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”, disse Lopes. Ele disse ainda que não fala em suspender a paralisação enquanto o Senado não aprovar a isenção do PIS/Cofins, projeto aprovado pela Câmara.
Também o representante dos motoristas individuais do Centro-Oeste, Wallace Landim, disse que sua categoria não esteve representada na reunião e que nenhuma decisão acatada na reunião será seguida por eles. Ele tem uma posição similar à do representante da Abcam e disse que enquanto o fim dos impostos sobre o diesel não estiver confirmado, a paralisação continuará.
“Não somos representados [pelas associações que estiveram na reunião]. Somos caminhoneiros individuais. Se a gente não estiver participando, não vai ter nenhum resultado. Pode sair de lá e falar que acabou a paralisação, que não adianta. A gente só libera a rodovia quando sair no Diário Oficial. Não estamos pedindo esmola, estamos pedindo o nosso direito”.