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Regionais / Brasil
10/01/2017

Responsável por estudo de contas do Corinthians diz que Arena foi um erro



Erguida pela construtora Odebrecht em Itaquera, a Arena Corinthians tem capacidade para pouco mais de 48 mil espectadores e o equipamento estava orçado originalmente em R$ 820 milhões, mas a estimativa subiu para R$ 985 milhões em 2014 e atualmente está na faixa de R$ 1,64 bilhão

 

"Alerta ligado, sem dúvida". Foi essa a conclusão de um estudo realizado pelo Itaú BBA sobre as contas do Corinthians nos nove primeiros meses de 2016. A despeito de ter amealhado R$ 74 milhões com negociações de atletas e outros R$ 100 milhões em luvas relacionadas ao contrato de direitos de mídia, o time alvinegro encerrou o período em uma situação menos alentadora do que o panorama do início do ano. E, em parte, a responsabilidade por isso é da Arena Corinthians, estádio construído na zona leste de São Paulo e que recebeu a abertura da Copa do Mundo e que ainda faltam obras para serem construídas.

"A arena foi um erro. Claramente um erro", avaliou Cesar Grafietti, executivo do Itaú BBA responsável pela condução do estudo. "Houve certa megalomania. Se o custo do estádio fosse aceitável, isso seria bom para o bolso do Corinthians. Com uma estimativa que passa de R$ 1 bilhão, aí fica inviável", completou.

Erguida pela construtora Odebrecht em Itaquera, a Arena Corinthians tem capacidade para pouco mais de 48 mil espectadores. O equipamento estava orçado originalmente em R$ 820 milhões, mas a estimativa subiu para R$ 985 milhões em 2014 e atualmente está na faixa de R$ 1,64 bilhão.

O modelo de negócio do Corinthians era baseado no primeiro montante. O clube usaria CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, impostos municipais em forma de papel que podem ser comercializados) para custear R$ 420 milhões. Outros R$ 400 milhões oriundos de um financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) seriam bancados com receitas da própria arena (bilheteria, venda de produtos e contratos de patrocínio, por exemplo).

Na prática, Corinthians e Arena Corinthians passaram a funcionar com números diferentes de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). O dinheiro amealhado pelo estádio, portanto, sequer passa pelos cofres do clube. Segundo a revista "Época", isso fez com que o time deixasse de receber pelo menos R$ 32,9 milhões em 2016, contando apenas a receita de bilheteria.

Em 2016, contudo, o dinheiro proveniente do estádio foi insuficiente para bancar as contas da Arena Corinthians. O clube precisou recorrer, portanto, a valores que poderiam ter sido investidos em outras áreas. De janeiro a setembro, R$ 18,1 milhões saíram dos cofres alvinegros para bancar despesas de Itaquera.

"O problema aqui é a soma de um modelo errado com um custo fora da realidade do clube. O Corinthians poderia ter feito um estádio de R$ 400 milhões, mais simples, e isso poderia ser pago no tempo e com a própria bilheteria. Agora vai usar suas receitas para bancar num volume muito alto. O modelo está errado", apontou Grafietti.

O pior para a torcida do Corinthians é que a arena foi deficitária num ano em que o Corinthians vinha de título nacional, disputou a Copa Libertadores e tinha perspectiva de remontagem de elenco. O cenário é ainda menos animador em 2017: não há histórico vitorioso recente, o time está fora da principal competição do futebol sul-americano e os reforços do ano passado não emplacaram.

"Tende a se acentuar. Justamente porque boa parte das receitas não deve se repetir em 2017. Com elenco mais fraco, menos vendas. Aí receita de bilheteria diminui e você tem de colocar mais no estádio", disse o executivo do Itaú BBA.

O Corinthians fechou os nove primeiros meses de 2016 com R$ 353 milhões de receita (R$ 279 milhões se forem descontados os recursos advindos de negociações de atletas). Em contrapartida, gastou R$ 48 milhões em contratações.

"Alerta ligado, sem dúvida". Foi essa a conclusão de um estudo realizado pelo Itaú BBA sobre as contas do Corinthians nos nove primeiros meses de 2016. A despeito de ter amealhado R$ 74 milhões com negociações de atletas e outros R$ 100 milhões em luvas relacionadas ao contrato de direitos de mídia, o time alvinegro encerrou o período em uma situação menos alentadora do que o panorama do início do ano. E, em parte, a responsabilidade por isso é da Arena Corinthians, estádio construído na zona leste de São Paulo e que recebeu a abertura da Copa do Mundo.

"A arena foi um erro. Claramente um erro", avaliou Cesar Grafietti, executivo do Itaú BBA responsável pela condução do estudo. "Houve certa megalomania. Se o custo do estádio fosse aceitável, isso seria bom para o bolso do Corinthians. Com uma estimativa que passa de R$ 1 bilhão, aí fica inviável", completou.

Erguida pela construtora Odebrecht em Itaquera, a Arena Corinthians tem capacidade para pouco mais de 48 mil espectadores. O equipamento estava orçado originalmente em R$ 820 milhões, mas a estimativa subiu para R$ 985 milhões em 2014 e atualmente está na faixa de R$ 1,64 bilhão.

O modelo de negócio do Corinthians era baseado no primeiro montante. O clube usaria CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, impostos municipais em forma de papel que podem ser comercializados) para custear R$ 420 milhões. Outros R$ 400 milhões oriundos de um financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) seriam bancados com receitas da própria arena (bilheteria, venda de produtos e contratos de patrocínio, por exemplo).

Na prática, Corinthians e Arena Corinthians passaram a funcionar com números diferentes de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). O dinheiro amealhado pelo estádio, portanto, sequer passa pelos cofres do clube. Segundo a revista "Época", isso fez com que o time deixasse de receber pelo menos R$ 32,9 milhões em 2016, contando apenas a receita de bilheteria.

Em 2016, contudo, o dinheiro proveniente do estádio foi insuficiente para bancar as contas da Arena Corinthians. O clube precisou recorrer, portanto, a valores que poderiam ter sido investidos em outras áreas. De janeiro a setembro, R$ 18,1 milhões saíram dos cofres alvinegros para bancar despesas de Itaquera.

"O problema aqui é a soma de um modelo errado com um custo fora da realidade do clube. O Corinthians poderia ter feito um estádio de R$ 400 milhões, mais simples, e isso poderia ser pago no tempo e com a própria bilheteria. Agora vai usar suas receitas para bancar num volume muito alto. O modelo está errado", apontou Grafietti.

O pior para a torcida do Corinthians é que a arena foi deficitária num ano em que o Corinthians vinha de título nacional, disputou a Copa Libertadores e tinha perspectiva de remontagem de elenco. O cenário é ainda menos animador em 2017: não há histórico vitorioso recente, o time está fora da principal competição do futebol sul-americano e os reforços do ano passado não emplacaram.

"Tende a se acentuar. Justamente porque boa parte das receitas não deve se repetir em 2017. Com elenco mais fraco, menos vendas. Aí receita de bilheteria diminui e você tem de colocar mais no estádio", disse o executivo do Itaú BBA.

O Corinthians fechou os nove primeiros meses de 2016 com R$ 353 milhões de receita (R$ 279 milhões se forem descontados os recursos advindos de negociações de atletas). Em contrapartida, gastou R$ 48 milhões em contratações.

 

Mandatário diz faria tudo de novo

"Eu só não faria a Copa, o resto eu faria tudo”.  Disse Andrés Sanches ex-presidente corintiano e atual deputado federal que  para muitos manda mais do que o próprio presidente do clube.  Ele reconheceu que o Corinthians precisou tirar dinheiro do futebol e de outros departamentos em "dois ou três meses" de 2016 para pagar juros relativos à Arena.  No planejamento original, a Arena deveria se bancar com a renda dos jogos, que vai toda para um fundo destinado a quitar as dívidas da construção do estádio.

"Teve [dinheiro tirado do futebol] em dois ou três meses, para pagar os juros. Foi no ano passado",  disse Andrés, que apontou a realização da Copa do Mundo de 2014 no estádio como a única coisa que faria diferente. A Copa encareceu um pouco mais o estádio, precisava de coisas que, para o dia a dia do clube, não precisava, e nós tivemos que fazer. E nós fizemos uma Arena que não é só para o futebol, é para outras coisas também. Não dentro do gramado, mas no estacionamento e em áreas que tem aqui dentro. É uma coisa nova também no Brasil, estamos aprendendo, mas com o tempo todo mundo vai ver que é um sucesso. É que hoje realmente não está acontecendo como a gente pensava".

Sanches aponta que as obras não estão concluídas.  "Em dinheiro, faltam R$ 40 ou 50 milhões para terminar a obra, e vai viabilizar quando conseguir vender todos os camarotes, alugar todas as cadeiras, fazer tudo aquilo que foi planejado para fazer. Desculpa tem um monte, e não adiantar dar desculpa em um caso desses. Não está dando certo neste momento e temos que trabalhar para mudar o mais rápido possível", afirmou.

Do UOL, em São Paulo










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