Fotos: Divulgação / El Pais
Todos os 71 corpos foram resgatados em meio aos destroços da aeronave de fabricação britânica ou presos à fuselagem e os seis sobreviventes encontrados ao redor do local de queda, próximo a uma região fria de mata, o que sugere que foram arremessados com o impacto no solo
A principal notícia da imprensa nacional desta semana foi a tragédia ocorrida na madrugada da última terça-feira que resultou na morte de 71 pessoas e seis feridos com a queda de um avião na cidade de La Unión, a 60 km de Medellín, na Colômbia. Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria na quarta-feira (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
O avião da LaMia, matrícula CP2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com destino a Medellín com a delegação do time, jornalistas e convidados. A aeronave perdeu contato com a torre de controle às 22h15 (1h15 na hora de Brasília), entre as cidades de La Ceja e Abejorral e caiu ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín.
Segundo as autoridades colombianas, a lista do voo tinha 81 nomes: 72 passageiros e 9 tripulantes. A relação incluiu quatro pessoas que não embarcaram e estão vivas: Luciano Buligon, prefeito de Chapecó (SC), Plínio de Nes Filho, dirigente da Chapecoense, Gelson Merisio (PSD), deputado estadual presidente da Assembleia Legislativa, e Ivan Carlos Agnoletto, jornalista.
Todos os 71 corpos foram resgatados em meio aos destroços da aeronave de fabricação britânica ou presos à fuselagem. Os seis sobreviventes haviam sido encontrados ao redor do local de queda, próximo a uma região fria de mata, o que sugere que foram arremessados com o impacto no solo. Foi necessário usar helicópteros, ambulâncias e um trator para remover árvores e retirar os corpos, turbinas e objetos que serão periciados das encostas do morro El Gordo, na região do município de La Unión. As duas caixas-pretas da aeronave foram encontradas e estão sendo periciadas.
“Foram as buscas e resgate mais rápidos que já fizemos, coordenadas com logística aérea, terrestre, maquinário e pessoal, para mitigar a dor das famílias dessas pessoas”, disse o diretor do órgão, Carlos Iván Márquez. Participaram da operação a Força Aérea da Colômbia, Polícia Nacional, governo de Antioquia, prefeitura de Medellín e equipes de socorro.
O Comitê de Operação de Emergência (COE) e a gerência do aeroporto informaram que a aeronave se declarou em emergência por falha técnica às 22h (local) entre as cidades de Ceja e La Unión. O diretor da Aeronáutica Civil, Alfredo Bocanegra, explicou à Rádio Nacional da Colômbia que, embora chovesse e houvesse neblina na região, o aeroporto Rionegro estava operando normalmente. Segundo ele, aparentemente foram falhas elétricas que causaram o acidente. O piloto relatou problemas à torre de controle do aeroporto de Santa Cruz, na Bolívia.
Mais cedo, a imprensa colombiana chegou a cogitar como causa a falta de combustível, mas também informou que o piloto despejou combustível após perceber que o avião iria cair. Choveu muito na região na noite de segunda, o que reduziu a visibilidade. Equipes chegaram ao local do acidente por terra, mas o acesso à região montanhosa é difícil e a remoção foi lenta.