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01/02/2017

Foragido de penitenciária de Bauru se envolve em briga e é preso pela PM



Foto - Divulgação

O rapaz foi detido depois de se envolver em uma briga em um bar fica próximo de uma base da PM e o suspeito foi abordado rapidamente e confessou que era foragido do CPP 3 e foi recapturado pelos policiais

 

Reportagem publicada no Portal G1 aponta que foi recapturado na noite desta terça-feira (31) mais um foragido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP 3), que fugiu da unidade durante a rebelião do dia 24 de janeiro. De acordo com informações da Polícia Militar, ele foi detido depois de se envolver em uma briga em um bar de Bauru (SP).

Ainda segundo a PM, o estabelecimento fica próximo de uma base da PM e o suspeito foi abordado rapidamente. Ele confessou que era foragido do CPP 3 e foi recapturado pelos policiais. Até esta quarta-feira (1), foram recapturados 122 dos 152 detentos que fugiram, segundo a polícia.

O Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista (Sindcop) de Bauru enviou na segunda-feira (30) um ofício ao Ministério Público solicitando a investigação das denúncias que os agentes penitenciários vêm fazendo sobre a superlotação e infraestrutura do Centro de Progressão Penitenciária (CPP 3).

 

Mais presídios

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que  a superlotação não é um problema apenas de São Paulo. "Superlotação existe no Brasil inteiro. O que estamos fazendo? Vamos inaugurar mais unidades prisionais, duas em fevereiro, em Votorantim e Icém. Estamos trabalhando para aumentar o número de vagas prisionais e o Tribunal de Justiça tem atuado para promover a progressão das penas. O trabalho está sob controle", diz Alckmin.

O regime do CPP 3 é semiaberto e todos os detentos têm direito a trabalhar ou estudar fora da unidade. Ainda de acordo com a SAP, hoje, 208 presos trabalham fora da penitenciária, outros 65 em empresas dentro da unidade e  358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio. Os outros estão em férias escolares ou aguardam conseguir uma atividade. Depois da rebelião mais de 700 presos foram transferidos para presídios que também estão superlotados. Com a mudança, a população carcerária na unidade caiu para 698.

Os presos da penitenciária "Prof. Noé Azevedo” conseguiram fugir após atearem fogo nos pavilhões. A rebelião teria começado após apreensão de celular dentro da penitenciária, segundo a SAP.

No dia do motim, o CPP 3 - antigo IPA (Instituto Penal Agrícola), que tem capacidade para 1.124 pessoas, abrigava 1.427 presos, de acordo com a secretaria. Depois da rebelião mais de 700 presos foram transferidos para presídios que também estão superlotados. Com a mudança, a população carcerária na unidade caiu para 698.

A superlotação nos presídios, a falta de alimentação, a higiene precária foram alguns dos problemas citados pelo Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo e por um agente penitenciário como motivos para a rebelião.

Parte dos detentos do CPP 3 foi transferida para penitenciárias de Balbinos, Álvaro de Carvalho, Getulina e Hortolândia, mas todas já estão com o dobro da capacidade de presos. Os outros presos ficaram em áreas que não foram atingidas pelo fogo. Dos 22 presídios da região Centro-Oeste Paulista, 18 estão acima da capacidade de detentos, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).


Por isso que a comissão de assuntos carcerários da Ordem dos Advogados (OAB) está percorrendo os presídios da região, na tentativa alertar as autoridades. "A superlotação não só neste local, mas em todo o país é um caos, ela tem que ser resolvida", afirma a presidente da comissão Rosângela Pereira da Silveira Thenório.

Durante uma coletiva na tarde desta terça-feira, o coronel da Polícia Militar Flávio Kitazume descartou relação com outras rebeliões que estão acontecendo no país. “Em nenhum momento houve refém e por isso descartamos este caso em relação aos demais fatos que estão acontecendo em outras regiões do país e isso nos tranquiliza.”

 

Situação sob controle

Segundo informações da Polícia Militar, os presos colocaram fogo no prédio de três pavilhões e conseguiram fugir. O capitão da Polícia Militar Juliano Loureiro diz que a situação foi controlada ainda de manhã. O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas e o helicóptero Águia sobrevoou a cidade para localizar os fugitivos.

“Esse é um caso isolado e não há qualquer relação com o crime organizado, mesmo porque os detentos são de regime semiaberto. Eles saem para trabalhar e têm benefícios com saídas temporárias. Pode haver um problema de relacionamento entre eles. Se houve um problema, foi algo pontual. O motivo da revolta está sendo apurado e também por que alguém portava celular lá dentro”, afirmou o coronel da PM Airton Martinez.

Ainda segundo o coronel Airton houve uma tentativa de roubo de carro perto do CPP 3, mas os suspeitos foram presos em flagrante e uma tentativa de roubo a carro a uma mulher, que se assustou e bateu em uma árvore. “Não houve invasão em lugar nenhum e o comércio está voltando a funcionar normalmente. Todos os policiais estão patrulhando no centro da cidade.”

Três pavilhões estão com muitos danos, segundo o capitão da PM. Familiares de presos foram ao local em busca de informações de vítimas, mas o sindicato dos agentes penitenciários afirma que nenhum agente foi feito refém ou ficou ferido e que alguns presos ficaram feridos, mas nenhum com gravidade.

Uma perícia ainda será feita na penitenciária, mas a Polícia Civil acredita que mais de 80% dos prédios foram destruídos. O alojamento, a cozinha e a escola foram tomadas pelo fogo. Só a parte de administração não foi afetada pela rebelião.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que as reformas serão feitas após a vistoria do Núcleo de Engenharia da SAP para realizar o levantamento das partes afetadas e, iniciar as medidas para recuperação do prédio. Devido aos estragos causados no prédio da penitenciária durante a rebelião, as visitas estão temporariamente suspensas até que o local tenha condições para receber visitação, segundo a SAP.

Fonte: G1










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