Sessão do Tribunal de Júri será presidida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola, tendo como representante do Ministério Público o promotor de Justiça, Marcos José de Freitas Corvino
Como o caso gerou grande repercussão na cidade e região, o Tribunal de Júri do Fórum de Botucatu poderá optar pela distribuição de senhas para o julgamento do empresário João Alberto Mathias. O julgamento, um dos mais aguardados dos últimos tempos, está marcado para acontecer no próximo dia 23, a partir das 9 horas.
Ele é acusado de matar sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e Ademir Matias, (38 e 29 anos, respectivamente, na ocasião dos fatos) em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu. Na fase instrutória, o acusado foi pronunciado por duplo homicídio, ficando definido, então, que o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Botucatu é que será o responsável pelo seu julgamento e não o juiz singular.
Os advogados de defesa, Rita de Cássia Barbuio e José Roberto Pereira, procurados pela reportagem, não quiseram adiantar a tese defensiva, informando que estão definidos os detalhes finais da tese de defesa e as testemunhas que serão arroladas.
A sessão do Tribunal de Júri será presidida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola, tendo como representante do Ministério Público o promotor de Justiça, Marcos José de Freitas Corvino. Sete pessoas da sociedade botucatuense entre as 23 convocadas formarão o Conselho de Sentença que irá definir o destino do réu.
O crime
João Mathias foi denunciado como autor de um duplo assassinato passional triplamente qualificado, cometido no Bairro Guarantã, onde estava sendo realizado uma festa em frente a igreja matriz, tendo como vítima o casal Sueli Pereira, de 38 anos e Ademir Matias, de 29.
De acordo com testemunhas que presenciaram o crime, João Mathias chegou ao local da festa e visualizou Sueli dançando com Ademir. Ele sacou de um revólver calibre 38 e disparou um tiro contra a cabeça do desafeto que caiu de bruços. A mulher tentou fugir e Mathias disparou três tiros contra ela, sendo que dois acertaram as costas e o pescoço e um terceiro atingiu o pára-brisas de um carro estacionado.
Após os disparos Mathias fugiu em seu carro, um Monza, e algumas pessoas que estavam na festa ainda tentaram interceptar a fuga atirando pedras no veículo que teve o vidro lateral estilhaçado. A mulher ainda foi socorrida com vida por uma enfermeira que estava na festa, mas morreu ao dar entrada no Hospital das Clínicas, da Unesp, de Rubião Júnior.
O acidente
Mathias retornou a Botucatu e o sair da SP-300 Rodovia Marechal Rondon e adentrar pela Domingos Sartori, percebeu as motocicletas da equipe do Grupo Especial de Patrulhamento Ostensivo com Motocicleta (Gepom) da Guarda Municipal, além de uma viatura da Policia Militar. A perseguição aconteceu por várias ruas da cidade e só terminou no início da Rua João Morato da Conceição, na Vila Maria, quando Mathias bateu o carro contra um estabelecimento comercial.
No Plantão Permanente, depois de ser medicado dos ferimentos no rosto causados pelo acidente, Mathias alegou que namorava Sueli há 12 anos e teria descoberto que ela o traia há dois anos. Alegou ainda que sempre havia dado de tudo para a mulher e perdeu a cabeça quando ficou sabendo (da traição) e só não tirou a própria vida porque as balas do revólver falharam.