Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Segurança
23/03/2017

Em interrogatório ao juiz João Mathias diz que “matou a mulher de sua vida”



Fotos: Valéria Cuter

Por: Quico Cuter

Em meio a uma crise de choro Mathias  afirmou que nunca foi uma pessoa violenta  e amava a ex-mulher e ele era tudo o que tinha, era o ar que respirava, a coisa mais importante da sua vida

 

O empresário João Mathias, que está sendo julgado,  acusado de assassinar sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e  Ademir Matias em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu, zona rural da cidade, dia 07 de dezembro de 2014, disse em interrogatório ao juiz  Henrique Alves Corrêa Iatarola,  presidente do Tribunal de Júri da Comarca, que matou a mulher de sua vida, mas não se lembra de detalhes do que aconteceu naquele dia. Ele passou a ser interrogado após o depoimento de várias testemunhas, tanto da defesa como da acusação. Por uma questão óbvia os nomes das testemunhas serão preservados.

“Uma parte me lembro, outra não", disse, afirmando ao magistrado que mantinha relações com Sueli e não estava separado dela, não sabendo explicar como o revólver apareceu em sua mão. “Fui lá para conversar com amigos e almoçar e ela me disse que estaria fazendo plantão. Eu conversei com muitas pessoas, porque sou muito conhecido e depois de um tempo vi ela se insinuando para o rapaz, se beijando com ele e perdi a cabeça”, conta. “Não sei dizer o que aconteceu nessa hora nem como isso (revólver) apareceu em minha mão, mas aconteceu tudo isso aí. Nunca usei arma. Só levei um canivete para cortar carne”.

Em meio a uma crise de choro Mathias  afirmou que nunca foi uma pessoa violenta  e amava a ex-mulher. “Ela era tudo o que eu tinha, era o ar que eu respirava, a coisa mais importante da minha vida. Dei tudo pra ela, briguei até com minha família  por causa dela. Quando vi ela dançando e se beijando com um rapaz, doeu. Não imaginava que ela faria isso comigo. Ela adivinhava meu pensamento. Tudo para mim era ela. Me arrependo completamente pela falta que sinto dela. Eu a amava demais. Eu ia casar mesmo".

O juiz mostrou mensagens de Mathias enviou para Sueli, se mostrando incomodado por estar separada dela e dava sinais de que sabia que estava com outra pessoa. “Deixe seu ficante e venha pra casa”; “Sei que está com ele, meus olhos ardem"; ou "Depois de sair da cama do seu amado venha me ver", foram algumas delas. Justificou afirmando que as mensagens eram de um sobrinho e de amigas dela.

Após o juiz encerrar seu interrogatório foi iniciada a fase dos debates entre acusação e defesa. O primeiro a falar foi o representante do Ministério Público,  promotor de justiça,   Marcos José de Freitas Corvino, que foi incisivo em pedir a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado, mostrando o revólver com o qual Mathias tirou a vida do casal, sem dar nenhuma chance de defesa. Após a fala de Corvino e da assistente de acusação Mariana Percário, a palavra foi passada aos advogados Rita de Cássia Barbuio e José Roberto Pereira, que defendem a tese de que o réu agiu sob violenta emoção, com o objetivo de atenuar a pena. A decisão está nas mãos do corpo de jurados.










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