Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Segurança
23/03/2017

Empresário João Mathias é condenado a 37 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão



Fotos: Valéria Cuter

Por: Quico Cuter

 

O réu foi condenado por assassinar sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e  Ademir Matias, (38 e 29 anos, respectivamente, na ocasião dos fatos) em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu, zona rural da cidade, dia 07 de dezembro de 2014
 

São 37 anos,  7 meses e 15 dias. Foi essa a pena proferida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola,  presidente do Tribunal de Júri da Comarca ao empresário João Alberto Mathias, de 64 anos, julgado e condenado nesta quinta-feira (23) em Botucatu, acusado de duplo homicídio,  duplamente qualificado. O julgamento foi iniciado por volta das 9h30 e encerrado na primeira hora da madrugada desta sexta-feira (24) e atraiu uma grande quantidade de pessoas.

Mathias foi denunciado como autor do assassinato de sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e  Ademir Matias, (38 e 29 anos, respectivamente, na ocasião dos fatos) em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu, zona rural da cidade, na tarde do dia 07 de dezembro de 2014, onde estava sendo realizado uma festa em frente à igreja matriz.

Na acusação e representando o Ministério Público atuou o promotor de justiça,  Marcos José de Freitas Corvino, tendo na assistência a advogada Mariana Percário, que pediu a condenação com duas qualificadora, tese que foi acatada pelo Corpo de Jurados, composto por seis mulheres e um homem. O réu teve na defesa os advogados criminalistas Rita de Cássia Barbuio e José Roberto Pereira, com apoio da estagiária Natália de Paula Medeiros,  que buscaram convencer os jurados de que o réu agiu sob violenta emoção, com o objetivo de atenuar ao máximo a pena.

 

Defesa

Após a promulgação da pena o advogado José Roberto Pereira adiantou que irá pedir a anulação do julgamento. “Achei injusta, ou melhor absurda,  a pena imposta ao réu. Não condiz com o que está nos autos. Vamos recorrer, sim, para que um novo julgamento seja realizado”,  colocou Pereira. “Sabíamos que seria um julgamento difícil, pois o caso teve grande repercussão na cidade, mas a pena foi acima do esperado. Por isso entraremos com o recurso”, completou a também advogada Rita de Cássia Barbuio.

 

Acusação

O promotor de justiça Marcos José de Freitas Corvino realçou que a pena ficou dentro de sua expectativa. “Foram crimes hediondos e com a pena aplicada fez-se justiça. Pedimos a condenação do réu apontando as provas contidas nos autos do processo e os jurados acataram nossa tese e optaram pela condenação. Cada um votou de acordo com seu entendimento e consciência. Foi uma vitória da justiça”,  disse Marcos Corvino.

 

Família

A família de Sueli compareceu ao julgamento e comemorou o resultado. “Nada vai trazer a Sueli de volta, mas pelo menos ele (Mathias) vai passar muito tempo na cadeia pagando pelos crimes que cometeu. É isso que esperamos depois de mais de dois anos aguardando esse dia (julgamento). O trabalho do senhor promotor (Marcos Corvino) representando a sociedade e a nossa família  foi brilhante  e o resultado alivia a dor da perda”, frisou  Giovani Aparecido Pereira, irmão da vítima. “Até hoje custo a acreditar que tudo aquilo aconteceu“, complementou.

 

Relembrando o fato

O empresário João Mathias foi acusado de assassinar sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e  Ademir Matias, (38 e 29 anos, respectivamente, na ocasião dos fatos) em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu, zona rural da cidade, dia 07 de dezembro de 2014, onde estava sendo realizado uma festa em frente à igreja matriz.

De acordo com testemunhas que presenciaram o crime, o réu João Mathias chegou ao local da festa e visualizou Sueli dançando com Ademir. Corroídop, pelo ciúme  teria sacado de um revólver calibre 38 e disparou um tiro contra a cabeça do desafeto que caiu de bruços. A mulher tentou fugir e Mathias disparou três tiros contra ela, sendo que dois acertaram as costas e o pescoço e um terceiro atingiu o pára-brisas de um carro estacionado.

Após os disparos Mathias fugiu em seu carro, um Monza verde, e algumas pessoas que estavam na festa ainda tentaram interceptar a fuga atirando pedras no veículo que teve o vidro lateral estilhaçado.  Sueli ainda foi socorrida com vida por uma enfermeira que estava na festa, mas morreu ao dar entrada no Hospital das Clínicas, da Unesp, de Rubião Júnior.

 

Após o crime, o acidente

Mathias retornou a Botucatu e o sair da SP-300 Rodovia Marechal Rondon e adentrar pela Domingos Sartori, percebeu as motocicletas da equipe do Grupo Especial de Patrulhamento Ostensivo com Motocicleta (Gepom)  da Guarda Municipal, além de uma viatura da Policia Militar. A perseguição aconteceu por várias ruas da cidade e só terminou no início da Rua João Morato da Conceição, na Vila Maria, quando Mathias bateu o carro contra um estabelecimento comercial.

No Plantão Permanente, depois de ser medicado dos ferimentos no rosto causados pelo acidente,  Mathias alegou que namorava Sueli há 12 anos e teria descoberto que ela o traia há dois anos. Alegou ainda que sempre fez todas as vontades da mulher e perdeu a cabeça quando ficou sabendo (da traição) e só não tirou a própria vida porque as balas do revólver falharam.










© Alpha Notícias. Todos os direitos reservados.