O magistrado proferiu a sentença imputando a Claudio Japonês uma pena de 18 anos de reclusão em regime fechado e Paulinho Souza a 14 anos, sendo que o terceiro réu, Antônio Darci de Santi, vulgo “Toninho Porcão”, denunciado como mandante do crime, foi absolvido
Em julgamento ocorrido nesta quinta-feira no Tribunal de Júri da Comarca de Botucatu, sob a presidência do juiz Henrique Alves Corrêa Iatarola, os réus acusados por homicídio duplamente qualificado, Claudio Aparecido de Siqueira Júnior, o “Japonês” ou “Claudinho” (executor) e Paulo Ricardo Tavares de Souza, o Paulinho (na condição de mentor intelectual) foram condenados pelo assassinato cometido contra Luiz Carlos Bento.
O magistrado proferiu a sentença imputando a Claudio Japonês uma pena de 18 anos de reclusão em regime fechado e Paulinho Souza a 14 anos. O terceiro réu, Antônio Darci de Santi, vulgo “Toninho Porcão”, denunciado como mandante do crime, foi absolvido. O julgamento teve início às 9 horas e a sentença proferida por Henrique Iatarola às 23 horas.
Representando o Ministério Público esteve na acusação o promotor de justiça Marcos José de Freitas Corvino que convenceu o Conselho de Sentença formado por sete pessoas da sociedade botucatuense (cinco homens e duas mulheres), entre as 21 pessoas convocadas, da culpabilidade dos réus e apontou dúvidas quanto a participação de Toninho Porcão.
“Existem indícios, mas os autos do processo não nos dão a certeza de 100% da participação do Toninho Porcão como mandante do crime e na dúvida a decisão deve ser a favor do réu. Por isso, peço sua absolvição”, colocou Corvino ao jurados, mostrando, por outro lado, sua plena convicção quanto a participação dos outros dois réus, pedindo a condenação.
A decisão dos jurados causou inconformismo dos advogados de defesa, Roberto Fernando Bicudo e Edson Coneglian, que deverão entrar com um recurso pedindo um novo julgamento. “No nosso entender a decisão dos jurados foi contrária aos autos. Não existem provas de que eles cometeram o assassinato. A única testemunha foi um andarilho que tem problemas mentais e é alcoólatra. Entendemos que não foi feita justiça e iremos recorrer”, adiantaram os defensores. Bicudo defendeu Paulinho Souza e Toninho Porcão, enquanto Coneglian defendeu Claudio Japonês.
O crime
Os três réus Claudio Aparecido de Siqueira Júnior, o “Japonês” ou “Claudinho” (executor), Paulo Ricardo Tavares de Souza, o Paulinho (mentor intelectual) e Antônio Darci de Santi, vulgo “Toninho Porcão” (mandante), foram denunciados pela promotoria pública de serem partícipes do assassinato de Luiz Carlos Bento, crime ocorrido no dia 11 de janeiro de 2014, por volta das 23h20 na Rua 13, Jardim Botucatu, Distrito de Rubião Júnior.
Consta na denúncia do Ministério Público que os acusados por motivo fútil e emprego de recurso que impossibilitou a defesa, mediante disparo de arma de fogo, mataram Luiz Carlos Bento, que era desafeto de Toninho Porcão, apontado como mandante do crime, em razão de seu envolvimento amoroso com a mulher da vítima. No dia dos fatos Bento estava numa festa quando lá chegou Toninho Porcão e ambos começaram a discutir, mas não chegaram a entrar em vias de fato.
Porcão teria ido embora e contratado Cláudio Japonês e Paulinho Souza para assassinar o desafeto. Os dois aceitaram e em um veículo VW Gol retornaram à festa e pediram que um convidado chamasse Bento. Este saiu e caminhou em direção ao carro, sendo iniciada uma discussão. Paulinho empurrou a vítima e Claudio Japonês saiu do carro empunhando uma espingarda de grosso calibre (provavelmente calibre 12) e disparou contra a cabeça de Bento, que morreu no local. Após o crime os assassinos fugiram. Uma terceira pessoa não identificada também estaria no interior do carro.
Caso Limoni
Durante sua explanação o promotor Marcos Corvino lembrou que Paulo Ricardo Tavares de Souza e Claudio Aparecido Siqueira Júnior, o Japonês, também foram apontados como participantes do assassinato do empresário e professor Gilberto Limoni Filho, de 57 anos de idade na manhã do dia 11 de fevereiro de 2014, na Rua João Batista Carnietto, região do Jardim Continental. Os dois teriam sido contratados pelo filho da vítima, Luiz Gustavo.
Na ocasião dos fatos, Gilberto Limoni Filho transitava com seu veículo Classic, com placas de Botucatu FFF-9519, pela Rua João Batista Carnietto, região do Jardim Continental, quando uma motocicleta vermelha que seria conduzida por Paulo Souza, emparelhou com o carro. O que estava no banco de passageiro da moto (Cláudio Japonês) , munido de uma espingarda calibre 12 de cano serrado, desferiu um tiro à queima roupa atingindo o pescoço da vítima que morreu no local. Após o crime a dupla fugiu, sendo capturada dias depois pela Polícia Militar.