Fotos: Valéria Cuter
Felipe Giovane foi condenado por homicídio duplamente qualificado e assumiu em plenário e perante os jurados a autoria do crime isentando o tio, que também esteve sentado no banco dos réus de envolvimento, sendo este absolvido
Nesta quinta-feira o juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola e presidente do Tribunal de Júri da Comarca de Botucatu coordenou os trabalhos para o julgamento dos réus Felipe Giovane Lourenço, de 21 anos e seu tio Sebastião Lourenço, de 45, conhecido como Tião. Ambos foram acusados pelo assassinato do produtor rural Anir Cardoso, de 61 anos, a golpes de martelo na cabeça. Após o crime eles fugiram levando R$ 400,00 em dinheiro, cartões de crédito e roupas.
Sentenças foram proferidas após o debate entre acusação e defesa e o Corpo de Jurados formado por seis mulheres e um homem, sorteados entre as 21 pessoas da sociedade botucatuense convocadas, condenou Felipe Giovane e o juiz o sentenciou a 16 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e impossibilidade de defesa). Ele assumiu em plenário e perante os jurados a autoria do crime isentando o outro réu Sebastião de envolvimento, sendo este absolvido.
Na acusação dos réus, representando o Ministério Público esteve atuando o promotor de justiça, Marcos José de Freitas Corvino. Na defensoria dos réus estiveram os advogados criminalistas Roberto Fernando Bicudo, assistido por Vaneide Caldeira (defendeu Sebastião Lourenço que foi absolvido) e Carlos Carmelo Torres (defendeu Felipe Giovane).
O assassinato
O crime ocorreu na madrugada do dia 27 de fevereiro de 2015, na cozinha da residência da vítima, na Rua Paraná, Bairro Campos Elíseos, zona rural, a cerca de 20 quilômetros do centro da cidade. Uma terceira pessoa, também pertencente a família dos réus, foi denunciada como co-autora do crime, mas não participou desse júri.
Consta no boletim de ocorrência (BO) que, na ocasião dos fatos, uma denúncia passada à Polícia Militar indicou o crime e a vítima foi encontrada sem vida. Os autores do crime foram descobertos algumas horas depois quando a equipe Alpha da Policia Militar, comandada pelo tenente Malagute obteve informações de que Tião teria comentado o assassinato em um bar na cidade. Encontrado em sua casa, o acusado teria negado a autoria em um primeiro momento, mas, depois, acabou confessando a participação na ação com os sobrinhos, conforme relato da PM.
A denúncia aponta que o pivô do crime foi uma desavença por causa de uma égua. O tio e os dois sobrinhos teriam ido até a casa se Anir e este ao abrir a porta foi golpeado na região frontal da cabeça com um martelo. Ao cair no chão os autores desferiram diversos golpes até a vítima chegar ao óbito. O martelo usado como arma foi jogado em um cafezal.
Os dados foram apresentados ao plantão permanente onde o delegado Antenor de Jesus Zeque deliberou pela prisão dos autores do crime por flagrante de latrocínio (roubo seguido de morte), determinado o recolhimento dos mesmos até a Cadeia Pública de Itatinga onde permaneceram até serem transferidos ao Centro de Detenção Provisória (CDP ) de Cerqueira Cesar, aguardando o julgamento.