Muitos estelionatários usam o telefone e a boa fé das pessoas para aplicar os mais variados tipos de golpes e grande parte desses telefonemas é feito por presidiários, especialistas neste tipo de crime com acentuado poder de persuasão
O subcomandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Weber Pimentel, atendeu a um caso de estelionato que estava sendo cometido, via telefone, contra um cidadão, nesta terça-feira. A vítima deslocou-se até a sede da GCM com o telefone ligado e do outro lado da linha uma pessoa dizia que ele teria ganhado R$ 10 mil e um televisor de tela plana.
O agente municipal tomou o telefone e passou a dialogar com o criminoso e este pediu que fosse até uma agência bancária para fazer uma transferência em dinheiro para ter direito ao prêmio. Como o agente municipal percebeu que tratava-se de uma tentativa de estelionato, o telefone foi desligado.
Muitos estelionatários usam o telefone e a boa fé das pessoas para aplicar os mais variados tipos de golpe. Grande parte desses telefonemas é feito por presidiários, especialistas neste tipo de crime com acentuado poder de persuasão e que acabam lesando as vítimas.
Estelionatos aplicados via telefone mais comuns
Carro quebrado ou “Bença Tia”
Esse é um golpe muito cometido por detentos de presídios do Brasil. O criminoso liga para números aleatórios e quando alguém atende diz “bença tia (o)”. O suspeito se passa por parente da vítima, geralmente sobrinho, e diz que está com o carro quebrado na estrada e que precisa de dinheiro para o guincho ou para pagar o mecânico. A vítima acreditando que o parente está com dificuldades realiza o depósito. Em outra versão do golpe, o estelionatário pode pedir crédito de celular, supostamente para manter contato com a seguradora e com familiares.
Crédito de celular
Geralmente cometido por detentos de dentro presídios com o objetivo de arrecadar créditos de celular ou transferência em dinheiro. Neste golpe, o criminoso liga para a vítima dizendo que ela acabou de ganhar, um carro, uma casa ou algum eletrodoméstico e que para receber o bem, basta seguir as instruções. Quando a vítima compra o crédito de celular, o golpista oferece novos prêmios em troca de mais créditos.
Falso sequestro
Esse golpe é tratado como extorsão e não estelionato. O autor do golpe liga aleatoriamente para telefones de vítimas e diz que está com o filho/a e exige dinheiro para o resgate. Com ameaças de morte e aproveitando a situação de nervosismo, os golpistas acabam convencendo a vítima de que realmente está com alguém de sua família. Diferente do golpe do “carro quebrado”, o estelionatário procura manter o contato com a vítima todo o momento, não deixando que ela desligue o telefone, para que não entre em contato com o filho/a.