A unidade administrada por João Carlos Pereira (diretor) e Carlos Eduardo Duarte Ferreira (vice-diretor) dispõe de 847 vagas para os presos provisórios, mas desde sua inauguração em setembro do ano passado, seu número nunca passou dos 800
Na próxima terça-feira, dia 25, os presos da região de Botucatu que aguardam julgamento no Centro de Detenção Provisória (CDP), de Itatinga, subordinada a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) estará realizando a Jornada de Cidadania e Empregabilidade. O complexo está instalado no km 228+500 metros às margens da SP-280 Rodovia Presidente Castello Branco, Distrito do Lobo. As atividades terão início a partir das 9h30.
Essa Jornada, de acordo com o SAP, oferece aos reeducandos um conjunto de serviços essenciais para auxiliá-los na retomada da vida em liberdade, levando para dentro do sistema prisional um mutirão de ações que fornecerá importantes ferramentas no processo de reintegração social, como regularização de documentos, atendimentos de saúde, cortes de cabelo, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e palestras de empregabilidade. Além disso, haverá aferição de pressão arterial, testes de glicemia, testes rápidos de HIV e Sífilis, bem como, avaliação de doenças odontológicas. O acontecimento já vem percorrendo as unidades prisionais do Estado.
Vale destacar que o CDP de Itatinga, que aloja os presos da região de Botucatu, que aguardam o julgamento dos seus crimes, o problema de superlotação problema não acontece. A unidade dispõe de 847 vagas para os presos provisórios, mas desde sua inauguração em setembro do ano passado, seu número nunca passou dos 800, embora rotatividade de entrada e saída seja grande. Atualmente, o número de encarcerados gira em torno de 720 homens, acusados dos mais variados tipos de crimes. Só não são recebidos presos acusados de estupro e devedores de pensão alimentícia.
O complexo conta com 226 funcionários nas áreas administrativa, Saúde, vigilância administrativa, agentes de escolta, além de agentes treinados e fortemente armados que fazem vigilância penitenciária (AEUP), na parte superior do presídio, por 24 horas ininterruptas, trabalhando em sistema de revezamento. O sistema é todo automatizado para a abertura e fechamento das portas, evitando o contato entre os funcionários e a população carcerária. A parte elétrica está ligada a um gerador, garantindo a continuidade do serviço mesmo em caso de queda de energia elétrica.
Os presos estão em pavilhões divididos em dezenas de celas com 24 metros quadrados (4x6) projetada para receber 12 presos em cada uma, embora esse número gire em torno de 8 homens, com treliches e a direção permite que o preso tenha televisor e rádio, porém é, terminantemente, proibido uso de telefone celular e os presos são monitores por câmaras instaladas na celas. Também os presos podem ficar recolhidos em pavilhões especiais, como no da enfermaria, da medida protetiva de seguro pessoal e o do disciplinar. O complexo é administrado por João Carlos Pereira (diretor) e Carlos Eduardo Duarte Ferreira (vice-diretor).
João Carlos Pereira, aponta que o complexo tem como diretrizes a segurança, a higiene, o respeito e a disciplina. “Esses são os princípios básicos da nossa administração e desde a inauguração não tivemos nenhum problema. Procuramos tratar a todos de maneira igual, independente do crime que tenham cometido. É essa nossa maneira de administrar e só recebemos presos da circunscrição de Botucatu, para manter o vínculo com familiares que não precisam viajar grandes distâncias”, colocou Pereira.
O CDP de Itatinga também conta com cozinha industrial, onde os próprios presos preparam os alimentos, várias salas de aula, setores de inclusão, sala de audiência, biblioteca, ambulatório médico, sala odontológica, lavanderia e padaria. “Tudo aqui é feito pelos presos. É mais barato e tem muito mais segurança. Além disso, temos um barracão onde os presos fabricam sacolas ecológicas para uma empresa de Barra Bonita e pregadores de roupas para uma fábrica de Curitiba. As empresas dão matéria prima e os presos à mão de obra. Estamos buscando parceiros para fabricação de outros produtos. Os presos adquirem uma profissão para ganhar dinheiro e ajudar a família e a cada três dias trabalhados diminui um dia da pena”, explica João Pereira.