Júri popular absolve réu que esfaqueou o padrasto em panificadora

Fotos: Valéria Cuter

Durante sua explanação aos jurados o advogado criminalista Ezeo Fusco Júnior desclassificou o homicídio tentado para lesão corporal dolosa, contrariando o promotor de justiça, Marcelo Otávio Camargo Ramos, que pediu a condenação

 

Depois de ouvir o debate entre acusação e defesa, o corpo de jurados formado por sete pessoas da sociedade botucatuense (cinco mulheres e dois homens) optou pela absolvição do réu Cláudio Lopes Fortunato Júnior,  que foi denunciado pelo Ministério Público (MP) como autor de homicídio tentado cometido contra seu então padrasto, o padeiro Rozivaldo Olímpio. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira, dia 26,  no Tribunal de Júri do Fórum de Botucatu, sob a presidência do juiz titular  da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola.  

Durante sua explanação aos jurados o advogado criminalista Ezeo Fusco Júnior conseguiu convencer os jurados e desclassificou o homicídio tentado para lesão corporal dolosa. O representante do Ministério Público, promotor de justiça substituto, Marcelo Otávio Camargo Ramos, pediu a condenação. Com a decisão dos sete jurados, o magistrado proferiu a sentença de absolvição e o réu irá responder processo em liberdade por lesão corporal dolosa.

 

A denúncia

O crime aconteceu na manhã do dia 19 de outubro de 2012, no interior de uma panificadora na Rua General Telles, região central da Cidade. De acordo com o que foi descrito na denúncia, assinada pelo promotor Marcos José de Freitas Corvino, Rozivaldo Olímpio estava se separando de sua companheira, mãe de Cláudio Lopes, e no acordo de partilha cada um ficou com um carro da família. Para a mulher ficou um VW Gol, que passou a ser usado por Cláudio Lopes.

Entretanto o veículo foi apreendido em uma blitz da Polícia Militar (PM),  em razão de documentação irregular. Como o veículo ainda estava em nome de Rozivaldo Olímpio, ele foi até a delegacia fez os trâmites legais e retirou o carro, mas  não o devolveu, decidindo aguardar o resultado da ação de partilha, que tramitava na justiça.

Por causa disso Cláudio Lopes, armou-se de uma faca e a enrolou em uma blusa deslocando-se até a padaria onde o ex-padrasto trabalhava e ambos passaram a discutir. Quando Rozivaldo percebeu que Cláudio estava armado saiu correndo e refugiou-se na padaria, mas ao chegar  no segundo andar do prédio foi alcançado e recebeu cinco facadas que atingiram o peito (2),  tórax, braço direito e palma da mão esquerda.  No último golpe a arma branca chegou a se quebrar e o agressor fugiu, sendo capturado horas depois.

Testemunhas acionaram a equipe de resgate do Corpo de Bombeiros e Rozivaldo Olimpio foi conduzido ao Pronto Socorro do Hospital das Clínicas (PSHC) da Unesp, onde passou por uma intervenção cirúrgica permanecendo nove dias internado com lesões no pulmão, quando ganhou alta médica.