Na sala secreta, o Conselho de Sentença viu culpabilidade em um dos réus que acabou condenado a uma pena de 17 anos de reclusão e absolveu aquele que, desde o início do processo, alegava que não havia participado do crime
Sob a presidência do juiz titular da 2ª Vara Criminal e presidente do Tribunal de Júri de Botucatu, Henrique Alves Corrêa Iatarola e tendo como representante do Ministério Público o promotor de justiça Marcelo Otávio Camargo Ramos, foi realizado nesta terça-feira, dia 28, o julgamento dos réus Paulo Henrique Batista Faria, o “Chicão” e Marcos Aparecido da Silva, o “Marcão”, denunciados como autores do homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver cometido contra Patrícia Aparecida Corvino, de 28 anos, a “Patricinha”, crime ocorrido em janeiro de 2015, na Rua 21 de Abril, região da Cohab IV.
Atuou em defesa dos réus o advogado criminalista Roberto Fernando Bicudo, tendo como assistentes as advogadas Camila Arantes Sardinha Rodstein e Renata Cristina de Almeida Silva. Formaram o Conselho de Sentença, sete pessoas da sociedade botucatuense (seis mulheres e um homem), sorteadas entre 25 convocadas pela justiça.
Após o debate entre acusação e defesa os jurados se reuniram na sala secreta e optaram pela absolvição de Marcos Aparecido da Silva e condenaram Paulo Henrique Batista Faria. O juiz Henrique Iatarola proclamou a sentença imputando ao réu uma pena de 17 anos de reclusão.
“Oficie-se recomendando o réu no presídio onde ele se encontra recolhido. Expeça-se mandado de prisão, e lance-se o nome do réu no rol dos culpados, após o trânsito em julgado. O cumprimento da pena de Paulo Henrique Batista Faria se dará no regime inicial fechado. O réu não poderá apelar em liberdade, por se encontrar preso e por restarem presentes os motivos que levaram ao seu encarceramento provisório”, sentenciou o juiz Henrique Iatarola.
Relembrando o crime
De acordo com o que foi descrito na denúncia assinada pelo promotor de Justiça Luiz Claudio Davansso, a vítima e os acusados estavam no quintal de uma casa desabitada fazendo uso de droga e acabaram se desentendendo, já que a mulher não concordou com a parte lhe foi dada de entorpecente. Ela já era conhecida dos meios policiais por conta do vício e chegou a ser internada compulsoriamente por diversas vezes. Por causa da dependência química, ela não tinha mais endereço fixo e passou a se prostituir e morar nas ruas.
Após a discussão, Paulo usando uma sombrinha, teria desferido golpes contra o peito de Patrícia e dado uma garrafada em sua cabeça fazendo com que desfalecesse e a asfixiou. Em seguida, ele teria pedido para que Marcos a degolasse com um facão para se certificarem de que a vítima havia morrido. Depois arrastaram o corpo e o enterraram nos fundos do quintal, sendo coberto com folhas. Dias depois, através de uma denúncia anônima, a Polícia Militar foi até o local e localizou a vítima já em estado de decomposição. Com o trabalho investigativo os policiais identificaram a prenderam os acusados.