Não se sabe o número exato dos presos da região que irão ganhar a liberdade temporária, já que estão espalhados pelos presídios do Estado, cumprindo suas respectivas penas, porém estatísticas mostram que aproximadamente 10% dos beneficiados se recusam a voltar
Em razão da saída temporária, conhecida no dialeto carcerário como saidinha, que irá colocar dezenas de presos em liberdade neste final de ano, as forças de segurança de Botucatu, que agrega a Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal, assim como as outras cidades da região, vão redobrar a atenção e o patrulhamento durante as festividades do Natal e Ano Novo.
Não se sabe o número exato dos presos da região que irão ganhar a liberdade temporária, já que estão espalhados pelos muitos presídios do Estado, cumprindo suas respectivas penas. Os presos serão colocados em liberdade nesta sexta-feira (23) e só retornarão no dia 2 de janeiro. No estado de São Paulo, cerca de 20 mil presos terão direito ao benefício.
Geralmente com a saidinha, que acontece em determinadas datas do ano, a criminalidade tende a aumentar e, aproximadamente, 10% dos presos não retornam no dia e horário determinados pela carceragem e passam a fazer parte da lista dos procurados da Justiça. Isso significa que a cada 1.000 presos colocados em liberdade temporária, 100 deles permanecem nas ruas.
A saidinha é um direito concedido pela Lei de Execuções Penais para aqueles presos que cumprem pena em regime semi-aberto, que até a data da saída tenha cumprido um sexto da pena total se for primário, ou um quarto se for reincidente. Tem que ter boa conduta carcerária, pois o juiz, antes de conceder a saída temporária, consulta o diretor do presídio que encaminha ao juiz corregedor a relação dos presos que têm direito ao benefício.
Durante o período de liberdade provisória, os presos ficam proibidos de frequentar bares, lanchonetes, boates, casas de jogos, entre outros locais considerados de reputação duvidosa. Centenas deles irão usar tornozeleiras para serem monitorados enquanto estiverem na rua, devendo permanecer no endereço informado e só podem sair às ruas entre as 6 e 18 horas. Viagens, apenas com autorização prévia.
O benefício acontece em datas distintas do ano: Natal/Ano Novo; Páscoa; Dia das Mães; Dia dos Pais, Dia das Crianças e Finados e o principal fundamento para este benefício defendido pelos juristas é que um dos objetivos da pena é à volta à sociedade e à sua família. É levado em consideração que no país não existe prisão perpétua, o que significa que o preso um dia alcançará sua liberdade e retornará ao convívio sócio-familiar. Permitir um retorno gradual dessa convivência é considerado uma espécie de teste para a sua recuperação, pois coloca em prova a sua responsabilidade no cumprimento da pena.