O julgamento será presidido pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola, tendo como representante do Ministério Público o promotor de Justiça, Marcos José de Freitas Corvino
No próximo dia 8 de março, a partir das 9 horas, acontece no Tribunal de Júri do Fórum de Botucatu o julgamento de um dos crimes que causou grande repercussão na Cidade. Senta-se no banco dos réus, a professora Antônia Electa Santucci, conhecida como “Preta”, que na denúncia da Promotoria Pública consta como a mandante do assassinado do seu marido, o corretor de imóveis, Laurindo Pires Marques, de 68 anos, conhecido como Português, crime ocorrido no dia 27 de abril de 2014.
Também serão julgados, Zildete Santucci de Oliveira, irmã de Antônia, acusada de ajudar a arquitetar o crime, e Leandro Rogério Teles, apontado com um dos executores. Outros quatro adolescentes (três meninos e uma menina) com idade entre 14 a 17 anos também tiveram participação no crime. Os três réus serão julgados por homicídio triplamente qualificado seguido de ocultação de cadáver e corrupção de menores.
O julgamento será presidido pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola, tendo como representante do Ministério Público o promotor de Justiça, Marcelo Otávio Camargo Ramos. Na defesa dos réus estarão atuando os advogados criminalistas, Roberto Fernando Bicudo, Júlia Sogayar Bicudo e Marcelo Piaciteli. Sete pessoas da sociedade Botucatu, entre as 23 convocadas, terão a responsabilidade de julgar e decidir o futuro dos réus. O acesso ao plenário do Fórum é liberado para as pessoas interessadas em assistir o julgamento.
O crime
Aponta a denúncia do Ministério Público que na ocasião dos fatos, a vítima foi encontrada pela Guarda Civil Municipal em uma estrada de terra num canavial ao lado de sua caminhonete Montana, placas DZI-2246, ao final da Avenida Prefeito Joaquim Amaral Amando de Barros, no Jardim Cambuí.
Durante o trabalho investigativo os policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), apuraram que o crime foi arquitetado por Antônia, com ajuda de sua irmã Zildete, que contrataram quatro adolescentes e Leandro Rogério Telis, de 19 anos (na ocasião), que executaram a vítima, recebendo cada um, R$ 300 para consumar o crime.
Quando foi presa, a mandante do crime alegou que estaria sendo traída pelo marido e era agredida pelo mesmo e ele não queria passar os bens em seu nome. Orientados por ela os executores invadiram a residência do casal, na Rua Amando de Barros, e mataram Marques por enforcamento no sofá da sala. Posteriormente, colocaram o corpo da vítima na sua própria caminhonete pick up que foi conduzida por Leandro para “desovar” o corpo em um local ermo do Jardim Cambuí.
Outro carro, conduzido por Antônia fez o acompanhamento para trazer Leandro para o centro da cidade, já que a caminhonete ficou no local, junto ao corpo. Todos os envolvidos foram identificados e relataram que foram contratados pela mulher para dar um susto no marido, mas ela teria mudado de idéia e deu ordem para matá-lo.
O delegado titular da DIG, Celso Olindo revelou que Antônia presenciou a morte do marido. “Na sala, puseram corda no pescoço dele, deram duas voltas e ficou um adolescente em cada ponta puxando, inicialmente sem força”, afirma. Nesse momento, a dona de casa teria questionado o corretor sobre suposta traição e cobrado a transferência de bens para o seu nome. Em seguida, de acordo com o titular da DIG, ela teria dado ordem ao grupo para que o marido fosse morto.
Logo após o assassinato do marido, de acordo com o delegado, Antônia usou o celular dele para mandar uma mensagem de texto com o objetivo de ocultar o crime. No texto, ele a chamava de “Preta”, pedia perdão e dizia para ela procurar um amigo para pedir orientação e receber dinheiro. “A mensagem denota que ele ia praticar suicídio ou sumir da cidade”, conta. Segundo Olindo, os acusados ainda tentaram amarrar o corretor de imóveis no galho de uma árvore para simular um suicídio por enforcamento, mas não conseguiram e acabaram abandonando-o ao lado de seu veículo.